domingo, 30 de novembro de 2014

JOÃO BATISTA BONANI (41)












UM APÓSTOLO DA CARIDADE E DO AMOR.


O dia 14 de setembro de 610, para a Igreja Católica, é o dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, dia em que o Imperador Heráclio reconquistava das mãos dos Persas, o Santo Lenho. Também para nós, taubateanos, o dia 14 de setembro de 1931, uma segunda-feira do outono brasileiro, é uma data muito especial e querida. Nascia na rua Dr. Emílio Winther, nº 32, no centro de Taubaté, João Batista Bonani, aquele que num curto espaço de tempo seria conhecido como um grande radialista, uma pessoa portadora de uma bondade infinita, dotado de uma fé transbordante de amor, e, acima de tudo, ao apostolado da dedicação suprema aos mais pobres dos pobres. 

João Batista Bonani, mais conhecido como J. Bonani e assim iremos tratá-lo, era filho de José Bonani e de Olga Bonani. Seu pai era um Sargento Músico do Exército Brasileiro do 6º Regimento de Infantaria de Caçapava. Toda sua infância foi praticamente voltada para o ambiente militar, acompanhando seu pai no dia a dia da caserna. Foi aluno das Escolas Anchieta e do Comércio em Taubaté, mas, tempos depois, mudando-se para Bauru, deu continuidade aos estudos onde os concluiu. Não prestou o Serviço Militar tendo em vista haver sido dispensado por excesso de contingente. Foi funcionário da Empresa de Ônibus Pássaro Marrom quando ainda a "Rodoviária" de Taubaté se servia de um acanhado espaço na Rua Carneiro de Souza, atualmente um ponto comercial. Era considerado um funcionário dedicado e o faz-tudo daquela Empresa, ora desempenhando as funções de bilheteiro, ora como funcionário administrativo financeiro. Tempos mais tarde, viria a compor o quadro de funcionários da Caixa Econômica Estadual  em Taubaté, onde cumpria seu horário de serviço das 12.00 h as 18.00 h e nesse serviço permaneceu por doze anos como funcionário administrativo. Entretanto, em razão de mudança de meio expediente para tempo integral, optou por deixar aquela Empresa Estadual. Funcionário muito dedicado e querido por todos, foi persuadido pelos senhores Benedito de Oliveira Leite e José Rodrigues Pereira, respectivamente Chefe da Administração Regional e Delegado Regional da Caixa Econômica do Estado de São Paulo para que não deixasse aquela Empresa. Para tanto, ofereceram a Gerência da Caixa Econômica Estadual de Redenção da Serra. A questão horário era o grande empecilho para J. Bonani, que exercia função paralela à de jornalista e radialista junto aos meios de comunicação há muito tempo. E, pelo amor à comunicação, não se deixava persuadir. Daquele momento em diante, se a Caixa Econômica Estadual perdia um funcionário de qualidades sobejamente conhecidas, todavia, os microfones da Rádio Difusora de Taubaté e o Brasil ganhavam com a nova conquista dos meios de comunicação. J. Bonani jamais se desvencilharia de seu amor pelo rádio. 

E esse grande amor tivera seu início quando, aos dez anos, portando uma latinha de massa de tomate dava seus primeiros passos acompanhando o futebol varzeano de Taubaté pelos mais diversos campos, tais como CTI, União Operária, Vila Nogueira e tantos outros. Transmitia como um locutor esportivo de escol e encarnava a paixão pelo futebol em seu dia a dia.

Certa vez, em meados da década de 50, fora procurado pelo árbitro de futebol Carlos Drumond da Costa que o convidara a transmitir pela Rádio Difusora, uma partida do Campeonato Amador de Taubaté entre o E.C. Jacque Félix e o São Paulo F.C. Referida partida fora realizada no Campo do E.C. Jacques Félix, no Bairro da Independência, que representava a Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar. Essa transmissão contou com o apoio do Banco do Vale do Paraíba, situado em Taubaté na Rua Duque de Caxias, onde atualmente funciona outra instituição bancária. Como fato histórico deixa seu legado por ter sido a primeira transmissão da sempre pioneira e querida Rádio Difusora de Taubaté em uma partida pelo Campeonato Amador.

Uma passagem interessante em sua vida, ocorreu quando J. Bonani, estando morando em Bauru na década de 50, candidatou-se ao ingresso na então Força Pública do Estado de São Paulo, tendo sido aprovado em todos os exames. Uma semana antes da incorporação voltou para Taubaté para providenciar alguns documentos pessoais e não mais voltou, nem para Bauru nem para ingresso na tão sonhada carreira militar. Mas, para isso cabe uma explicação. 

Aqui conheceu o grande amor de sua vida, Maria de Lourdes, a sua querida Lourdinha, com a qual se casaria no dia 07 de setembro de 1958, um domingo comemorativo à Independência do Brasil. O local escolhido fora a maravilhosa Igreja de Santa Terezinha e o casamento realizado pelo saudoso Padre Cícero Alvarenga, com as bênçãos de Deus, casamento esse que perdura aos nossos dias, após decorridos 55 anos de feliz matrimônio. Tiveram um casal de filhos. Josiane, casada com o Profº Gilberto de Castro e que lhe deram quatro lindas netas, e Luiz Henrique, casado com Regina de Oliveira, presenteando-os também, com dois lindos netos. Segundo J. Bonani sua maior alegria é a de estar vivendo hoje ao lado de uma família feliz e de amigos maravilhosos, que tem sido para ele, professores com muita paciência a tolerar seus defeitos.

Quanto ao rádio, guarda lembranças infindas, porém, a mais gratificante e memorável diz respeito à contribuição dos meios de comunicação quando do vendaval que atingiu uma madrugada a cidade de Taubaté, deixando inúmeras famílias desabrigadas. Naquela ocasião utilizando-se do microfone da Rádio Difusora de Taubaté, conclamou a população para ajuda aos infortunados, conseguindo de imediato, cinquenta caminhões que percorreram a cidade em busca de alimentos e vestuários. Seu programa “Show das Sete” naquela manhã conseguiu lotar as dependências do Taubaté Contry Club com mais de três mil pessoas. J. Bonani professa o espiritismo desde 1960, oportunidade que tem a oferecer aos seus semelhantes as palavras do Evangelho. É a expressão da benevolência e carinho para com todos. Um anjo da caridade e do amor dos nossos dias. Dentro de si guarda uma vida inteira voltada para o bem de seu semelhante. Pai extremoso, marido exemplar, amigo leal e alma de criança. Suas palavras são portadoras daquela paz e otimismo imorredouros que tanto almejamos. Desinteressado da glória e da fama, ilusões passageiras que degradam o gênero humano, ama seu próximo como a si mesmo.  

Assim, quando homens como J. Bonani tem o coração voltado para a bondade franciscana infinita, para a  expressão do amor em toda sua plenitude, logo percebem que as rosas não têm espinhos e que afrontando todas as dificuldades, se colocam acima da humanidade. Que o Deus Maravilhoso que habita em seu lar o abençoe sempre. Seja feliz amigo J. Bonani. São os desejos dos mais pobres dos pobres e deste que muito o admira.

 

PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.

cfgilberto@yahoo.com.br

sábado, 29 de novembro de 2014

MARCUS RICARDO DE OLIVEIRA (68)












UM CAMPEÃO DE ESCOL.




Taubaté é um município do Estado de São Paulo e da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, distante 130 Km da Capital do Estado, 280 Km do Rio de Janeiro, 45 Km de Campos do Jordão e a 90 Km de Ubatuba, Litoral Norte. Segundo dados do IBGE de 2013, Taubaté contava com 296.431 habitantes. Foi o núcleo irradiador das bandeiras que penetraram nos sertões brasileiros, tendo como consequência imediata a formação de núcleos povoadores e o surgimento de diversas cidades fundadas por taubateanos, dentre elas, Mariana, Ouro Preto, São João Del Rei e Tiradentes, dentre outras, no Estado de Minas Gerais, e, Campinas, no Estado de São Paulo. Também, foi o berço da industrialização no Vale do Paraíba Paulista, tendo à frente a grandeza empreendedora de Félix Guisard. Como Unidades Militares estão sediadas o Comando de Aviação do Exército e o 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior, este, considerado a Unidade Mães dos Batalhões de Polícia Militar do Estado de São Paulo no Vale do Paraíba. É a Capital Nacional da Literatura Infantil, berço do escritor Monteiro Lobato, dos apresentadores Cid Moreira e Hebe Camargo, do maestro Ivan Paulo da Silva (Maestro Carioca), das atrizes Lia Borges de Aguiar e Simone Soares e do “Mago” em Ceroplastia, José Luiz da Costa Ferreira. Muito embora os cantores Renato Teixeira, os irmãos Tony e Celly Campello, bem como o cineasta Amácio Mazzaropi, dentre outros, não tenham nascidos em Taubaté, aqui se radicaram e se projetaram em suas carreiras vitoriosas, demonstrando um carinho enorme pela cidade que um dia os acolheu.



SANTUÁRIO DE SANTA TEREZINHA


Assim, tão importante quanto as pinturas de Michelangelo no teto da Capela Sistina exibidas ao público pela primeira vez, ou a eleição de Abraham Lincoln como presidente dos Estados Unidos, ou ainda, como o lançamento da primeira nave espacial com destino a Marte, pela então URSS, todos os fatos históricos ocorridos no dia 2 de dezembro, Taubaté festejaria nesse mesmo dia, porém,  em 1979 e  num domingo da primavera brasileira, o nascimento do mais novo de seus taubateanos, Marcus Ricardo de Oliveira, filho de Adilson José de Oliveira e de Maria Lúcia de Oliveira. Seu pai fora um competente funcionário da General Motors e, atualmente, gozando da merecida aposentadoria é um torcedor ferrenho pelo seu sucesso. Maria Lúcia, sua grande incentivadora e aquela que quando criança lhe ensinara a dar os primeiros passos, novamente o ajudaria, agora jovem, a dar passos mais importantes nos degraus do sucesso, viria a falecer ainda muito jovem, vitimada que foi por um infarto fulminante. Entretanto, sabemos que, espiritualmente, caminha lado a lado com o filho que tanto amou e com a carreira vitoriosa que o acompanha. 

Marcus Ricardo, o Marcus “Tatá” como é carinhosamente chamado, é o caçula do primeiro matrimônio, juntamente com Marcus Eduardo de Oliveira e Camila Cristina de Oliveira, bem como o irmão Adilson José de Oliveira Filho, do segundo casamento. Toda sua infância e adolescência transcorreram dentro de um ambiente harmonioso, próprio de uma família unida e feliz. E todo esse período feliz de sua vida foi vivido no tradicional Bairro da Estiva, reduto tradicional da família operária taubateana e berço de pessoas ilustres. 
Sua formação educacional teve início na Escola SESI, onde cursou o ensino fundamental, e após, concluído o ensino médio na Escola Basic, ambas na Estiva. Como Formação Acadêmica, optou por estudar Educação Física, tendo se graduado pela Universidade de Taubaté. Todos são fiéis torcedores de seu ídolo maior. Seu irmão Marcus Eduardo foi jogador de vôlei do Banespa, sendo seu grande incentivador e pelo qual se espelhou na prática esportiva e o consequente gosto pelo esporte. Marcus é casado com Vivian Marques Santos e pai de Bruno Marques de Oliveira. Professa a doutrina espírita, e, como esportista inteligentíssimo que é, optou por ser feliz, torcendo pelo Bi-Campeão Mundial Sport Club Corinthians Paulista, dono do estádio mais lindo de um país chamado Brasil. 

Quanto ao handebol, coisas do destino. Tudo teve seu início acompanhando jogos escolares em Taubaté, onde a emoção no desenvolvimento desse esporte emocionante e de inúmeros de gols foram fatores preponderantes para que iniciasse sua vida de esportista na prática de handebol. Terminados os jogos escolares, o professor Nelson Oliveira Dahdal, tendo sido aprovado em um concurso no SESI, começou uma escolinha voltada para o handebol. Entretanto, era um curso pago, mas sua mãe dona Maria Lúcia pagava com prazer, pois, era tudo que aquele filho querido e amado desejava. Com o passar das aulas e das semanas pelas quais frequentava, começou a se destacar, tendo com isso despertada a atenção de outros jovens para fazerem aulas de handebol. Começava ali um segundo estágio, quando então o SESI passou a promover a nível estadual um grupo de treinamento visando os jogos “Atletas do Futuro”.

Terminado esse programa e já definido como jogador de handebol se transferiu para a vizinha cidade de Pindamonhangaba onde começou a disputar outras competições, como Jogos da Juventude e Jogos Regionais, se destacando em ambos e dando um passo muito importante em sua vida, que foi o despertar de interesse por outros clubes, como por exemplo, ser convidado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, à época, tida como verdadeira “Seleção Brasileira”, tendo disputado por aquela agremiação importantes competições nos anos de 1999 e 2000. Nessa agremiação desenvolveria todo seu potencial, vivenciando com grandes jogadores e convivendo com um grande técnico, João Mandarino, o qual lhe ensinou muito em nível de treinamento e em tática de jogo. Porém, na temporada de 2001, decidiu por para de jogar e seguir em busca de outros objetivos.

Mas, não durou muito tempo. Em 2004 o mesmo professor Nelson Oliveira Dahdal voltaria para a Prefeitura Municipal de Taubaté e o convidaria para a montagem de uma equipe de jogos regionais. Dessa forma, logo no primeiro ano conquistaria o título de Campeão dos Jogos Regionais na cidade de Caraguatatuba. Estava dado o primeiro passo para a montagem da equipe que traria muitas glórias para Taubaté. Dois anos depois, foi convidado por Dahdal a assumir o comando da equipe como treinador. Foi um momento muito difícil para ele parar de jogar, mas, foi a melhor opção. Assim começaria sua carreira de treinador e durante muito tempo passaria a conviver com as dificuldades inerentes ao seu trabalho, dependendo sempre de patrocinadores e da Prefeitura e passando inclusive por momentos de desolação, com pensamentos de acabar com a equipe por falta de verbas para uma simples ajuda de custo para os jogadores, essencial na vida de todo atleta. Marcus não desistiria, pois, como sempre em sua vida nada havia sido facilitado, passara a acreditar no Projeto Handebol Taubaté. Assim, no ano de 2009, com a ajuda da Prefeitura e contando sempre com o apoio irrestrito do professor Geraldo Faria, passou a “pensar alto”, aprimorando tanto a estrutura que tinha em mãos quanto aos treinamentos, fundamentados nos ensinamentos adquiridos, outrora, de seu eterno mestre João Mandarino. Tudo com o fim precípuo de alcançar posições melhores no cenário nacional.

Todo o sacrifício enfrentado e toda uma luta em prol de um esporte ainda sem expressão em nossa cidade foram coroados de êxitos em toda sua carreira vitoriosa. Foram conquistas importantes, para sua carreira e para a cidade de Taubaté. Por sete vezes sagrou-se campeão dos Jogos Regionais; uma vez campeão e três vezes vice nos Jogos Abertos do Interior; três vezes 3º colocado e um vice campeonato Paulista; uma vez 4º colocado e duas vezes campeão Panamericano e, por fim, duas vezes 3º colocado e uma vez campeão da Liga Nacional. Em 2013, credenciou o Taubaté Handebol a disputar em setembro, no Qatar, o Super Globe, o Mundial de Clubes de Handebol, tendo se classificado em 6º lugar. E, como bicampeão Panamericano neste 2014, já está arrumando suas malas para a disputa, novamente, do Super Globe no Qatar, que será realizado de 7 a 12 de setembro. Competência, seriedade e propósitos, fazem de Marcus "Tatá" um técnico campeão.



 A ALEGRIA E A CONSAGRAÇÃO NACIONAL


Marcus ressalta também que a mudança de governo foi benéfica para o handebol de Taubaté, pois, a atual administração do prefeito Júnior Ortiz trouxe benefícios concretos, principalmente com a contratação de jogadores importantes, muito deles medalhistas. Por outro lado deixa consignada sua gratidão ao empenho sempre constante do Secretário Municipal de Esportes Lazer, Claúdio Teixeira Brasão, o "Macaé" como é popularmente conhecido, bem como do Diretor de Esportes Marcelo Moura, os quais não mediram esforços no sentido de que tudo fosse feito pelo handebol de Taubaté, qualificando-os como introdutores do profissionalismo da modalidade em questão em nossa cidade. 



O ELENCO PARA A TEMPORADA DE 2014

Para sua consagração pessoal, neste mesmo ano foi escolhido como o melhor treinador do Panamericano. Como o grande General Romano Júlio César, Marcus "Tatá" pode proferir em alto e bom tom, a frase proferida por aquele militar: "VENI, VIDI, VICI". A você, Marcus Ricardo de Oliveira, todo nosso respeito, nossa admiração e os nossos agradecimentos por ter sido a "Pedra Fundamental" do Handebol Taubateano.



PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
 

PAULO DE FREITAS (09)




COMPOSITOR



O COMPOSITOR PREFERIDO DAS "VOZES DE OURO DO BRASIL".



Paulo de Freitas nasceu em Taubaté/SP aos 11/02/1930 e faleceu em São Paulo/SP aos 26/09/1957. Era filho de Manoel de Oliveira Freitas e Maria Ignácia da Motta Freitas e foi um importante compositor brasileiro. Quando ainda jovem, muda-se em meados da década de 40 com sua família (mãe e três irmãos) de Taubaté (residia na Rua Edmundo Morewood) para São Paulo, onde começa a trabalhar para o sustento da família. 

Na Capital paulista, já desenvolvendo seus pendores artísticos e em companhia de seu primo Manoel de Freitas, dá início à sua carreira de compositor. Residindo no bairro do Moinho Velho, mesmo bairro onde residiam Cascatinha e Inhana, mantinha estreita relação de amizade com a dupla, o que, de certa maneira, foi o ponto de partida para galgar o sucesso. 

Além de muito conhecido dos artistas das Rádios Record e Nacional de São Paulo, dentre eles, “Canarinho”, a dupla “Laranjinha e Zequinha”, o quinteto “Vagalumes do Luar”, o grande acordeonista “Angelo Reale”, o cantor “Cláudio de Barros” e a famosa dupla “Cascatinha e Inhana”, passa a compor, onde, a partir de 1954, apresenta para esta dupla que era considerada as “Vozes de Ouro do Brasil” e sensação da década, as letras “Desilusão”, “A Sombra da Outra” e “Capital da Terra Branca”, esta, em homenagem a Cascatinha, por ter iniciada sua vida artística em Bauru.

Compôs ainda para a dupla Laranjinha e Zequinha as canções “Mãe Querida”, “Cai Balão” e “Baile do Seu Mané”. Por coincidência, faleceu no mesmo dia da visita que Cascatinha e Inhana lhe fizeram no Hospital de Clínicas em São Paulo, no dia 26 de setembro de 1957, à tarde. Durante nossa convivência pude perceber o quanto foi maravilhoso. A bondade e a estima eram seus predicados mais marcantes. Anos após seu passamento, soube, através de familiares, que se tratava de uma pessoa muito amável e que uma desilusão amorosa fora a causa de sua infelicidade, isolando-se de tudo e de todos, tendo como consequência, adquirido séria doença neurológica o que o levou à morte. 

Nas músicas “A Sombra da Outra” e “Desilusão” retratam de maneira insofismável o gênero de música a que se propôs compor. Está incluso no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, elevando dessa forma, o nome da cidade de Taubaté, berço de seu nascimento. 

O compositor Paulo de Freitas foi sepultado em 27/09/1957 no Cemitério de Vila Formosa em São Paulo, mas, anos depois, seus restos mortais foram transladados para Taubaté e sepultados no Jazigo Perpétuo nº 110 da Família Freitas, no Cemitério Municipal. 

Através da Lei Municipal Nº 4680 de 04 de julho de 2012, teve reconhecida sua prestatividade como munícipe, ao ter como agradecimento do povo taubateano, inscrito seu nome em uma das ruas de Taubaté-SP, localizada no Loteamento Vista Alegre, passando a denominar-se a atual Rua "D" daquela localidade como "Rua Paulo de Freitas - Compositor".


Requiescat in pace, Grande Compositor!
 
 
PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
 

HUMBERTO DE OLIVEIRA (04)


                                     
                                                   
ESCULTOR



                                             





MÃOS QUE SE ETERNIZAM.


Humberto de Oliveira nasceu em Taubaté-SP aos 17/01/48, sendo filho de Orlando de Oliveira e Maria José de Oliveira. Quando criança iniciou sua vida escolar na bucólica Taubaté dos anos 50, mais precisamente em 1955, no Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves e, depois, na sequência curricular de seus estudos, frequentou os bancos escolares dos Colégios Padre Anchieta e Paroquial Nossa Senhora das Graças. Sua infância, como a de toda criança daquela época, transcorreu na mais perfeita harmonia, sem a violência que hoje é peculiar, com muito respeito à vida, com obediência aos pais e com aquela convivência diária que hoje não temos mais. 

Um dia, como era de costume ir à casa de seu Tio Querubim de Oliveira, na Travessa Alicinha em Taubaté, para visitá-lo, lá encontrou seus primos. Com o desenrolar da visita e diante de uma conversa informal, notou que seus primos brincavam de modelar um material argiloso. Instintivamente pegou uma porção e também começou a modelar, tendo ao final esculpido a cabeça de um frade franciscano. Todos ficaram surpresos com a escultura final e logo passaram a incentivá-lo a continuar com seu lado ainda adormecido de escultor. Sem ter nenhuma noção do que representaria aquele princípio de escultura, nascia ali, para o mundo, o mais novo artista e um dos maiores escultores.

Naquele instante, o paulista, o caipira de Taubaté e o internacionalmente conhecido, Humberto de Oliveira, não poderia imaginar que algum tempo depois, faria parte na galeria de escol dos grandes escultores brasileiros. Espiritualista na acepção da palavra, Humberto de Oliveira diz que não segue nenhuma regra imposta, mas, apenas encontra-se presente em todos os segmentos desta vida, em primeiro estágio como gosta de se auto-definir. 

Assim, a ideia de se projetar algo que o consagre, está fora de cogitação, pois, como sempre afirma, “... viver de maneira serena e para o próximo, é o início da corrente para o bem”.  E completa: “... creio que minha espiritualidade está por toda parte, seja na ecologia, no respeito a todas as opiniões, nos estudos filosóficos, na conversa com uma criança, no respeito e na gratidão pelos idosos, na interpretação de que o mal nunca vencerá o bem, na luta pela preservação da natureza, pelo amor e carinho aos animais, e, principalmente, pelas coisas mais simples e elementares da vida”.  

No final da década de 60, como todo jovem sequioso por novas conquistas foi ao Rio de Janeiro com o intuito de prestar concurso para ingresso na Polícia Militar daquele Estado. Aprovado nos exames a que se submeteu, e aguardando ser chamado para tão nobre missão, concomitante, presta também exames para ingresso na Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar. Obtendo aprovação em ambas  as Corporações, Humberto achou conveniente para si e para sua família, servir no próprio Estado de seu nascimento. 

Dessa maneira, até que fossem concluídos todos os procedimentos e a consequente chamada para iniciar o Curso de Formação de Soldados, continuou com suas atividades voltadas para a escultura durante ainda mais oito longos meses até que fosse incorporado. Ingressando na Força Pública, passa a dedicar-se em sua mais nova atividade como policial militar. Entretanto, algum tempo depois, ao concluir a Escola de Formação de Soldados em São Paulo, é transferido para a região de Bragança Paulista, mais precisamente na hospitaleira e querida cidade de Piracaia, em 1972.

Naquela localidade, continuando em suas horas de folga a se dedicar à arte de esculpir, vem a conhecer José Bonetti, conceituado escultor nacional e que muito o influenciou em suas técnicas e conhecimentos sobre monumentos. Humberto de Oliveira conta que foi muito importante seu relacionamento com aquele conceituadíssimo artista e que a arte sempre esteve presente em sua trajetória de vida. Mas, como sempre diz, “... se considera um Escultor das Estradas”. Em 1977 em razão de sua transferência para Taubaté dá prosseguimento à sua carreira artística, mantendo nessa cidade um relacionamento cultural com o notável pintor taubateano Anderson de Oliveira Fabiano. Tempos depois é indicado pelo mesmo pintor, para modelar o monumento em homenagem ao Padre Pedro Monteiro do Vale, na cidade de São Bento do Sapucaí-SP. 

Também é de sua autoria o busto em homenagem a Plínio Salgado, naquela cidade. E foi justamente com Anderson Fabiano, como era chamado, que Humberto de Oliveira pode desenvolver todo seu lado de artístico de escultor, aliando técnicas, esmero, meticulosidade e a busca da quase perfeição com aquele genial artista. A partir de então tem início as demonstrações de reconhecimento por parte dos críticos de arte e da sociedade como um todo, enaltecendo seu talento e suas obras de maravilhosa grandeza, basicamente retratadas e relacionadas a temas religiosos, caboclos sertanejos e figuras populares. Assim, obras como os bustos dos Professores Alfredo José Balbi e João Guilherme de Oliveira Costa, ambas em bronze e expostas respectivamente na Faculdade de Direito de Taubaté e na Sede da Reitoria da Universidade de Taubaté, a de São Francisco de Assis, em fibra e em tamanho natural, exposta no Horto Municipal de Taubaté, retratam a grandeza de notável artista. E explica como funciona o processo de produção de algumas de suas obras, “... as peças são produzidas no barro, e, em seguida, são tiradas em formas de gesso. Após esse procedimento, é feita a fundição em fibras de vidro ou em bronze”. 

Humberto de Oliveira tem seu envolvimento nos mais diversificados movimentos culturais, como nas apresentações do 1º Salão de Artes Plásticas do SESC, Taubaté-SP, (1970); do 1º Salão de Artes Plásticas do SENAC, Taubaté-SP, (1972); do 6º Salão de Artes Plásticas, Taubaté-SP, (1972); da 1ª Mostra de Artes Plásticas, São José dos Campos-SP, (1978); do 1º Salão de Artes Plásticas, Jacareí-SP (1979); 7º Salão de Artes Plásticas,Taubaté-SP, (1979); do 8º Salão de Artes Plásticas, Taubaté-SP, (1980); do 9º Salão de Artes Plásticas, Taubaté-SP, (1981); do IX Salão de Artes Contemporânea Limeirense, Limeira-SP, (1981); do 1º Salão Regional de Arte Contemporânea, São José dos Campos-SP, (1981); do X Salão de Artes Plásticas, Taubaté-SP, (1982); da Mostra de Presépios Artesanais de São Paulo, São Paulo-SP, (1983); da Loren Vale 83, Lorena-SP, (1983); da Mostra de Arte da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Quartel General, São Paulo-SP, (1987); Semana Cultural do Vale do Paraíba, São José dos Campos-SP, (1983); do 1º Salão de Artes Plásticas de Cruzeiro do Sul, Porto Alegre-RS, (1988); do Salão de Arte Contemporânea, São José do Rio Preto-SP, (1988); do Salão de Artes Plásticas Valeparaibana, Lorena-SP, (1986); do IV Salão de Artes, Campos do Jordão-SP, (1986); da Exposição “Mãos que Esculpem”, Museu de Antropologia, Jacareí-SP, (1986); Exposição Individual, Shopping Colinas, São José dos Campos-SP; Exposição Individual, Câmara Municipal de Taubaté, Taubaté-SP, (2006). Suas premiações foram todas de excelências, como o “Prêmio Prefeitura Municipal de Taubaté”, Taubaté-SP, (1978); “Prêmio Medalha de Bronze”, 1º Salão de Artes”, Jacareí-SP, (1979); “Prêmio Prefeitura Municipal de Taubaté”, Taubaté-SP, (1980); “Prêmio Menção Honrosa”, Salão Regional de Arte Contemporânea”, São José dos Campos-SP, (1981); “Prêmio Menção Honrosa”, IX Salão Limeirense de Arte Contemporânea, Limeira-SP, (1981); “Prêmio Grande Medalha de Prata”, X Salão de Artes Plásticas de Taubaté”, Taubaté-SP, (1982); “Prêmio Medalha de Ouro”, Salão da União dos Artistas Plásticos de São Paulo, São Paulo-SP, (1988).

Em várias cidades, apresenta obras de sua autoria, porém, obteve a consagração como artista de escol, com sua mais importante obra, a imponente figura do escritor Monteiro Lobato e sua principal criação, a boneca Emília, exposta às margens da Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, na entrada principal de Taubaté-SP, dando as boas vindas a todos os que visitam a “Capital Nacional da Literatura Infantil”. 

Também se faz representar no exterior, tendo suas obras com colecionadores na Holanda, Suécia, França, EUA, Alemanha, Áustria e Japão. A matriz de seu atellier encontra-se instalada em Taubaté, porém, com o intuito de atender seus clientes e colecionadores, inaugurou na região da Serra da Mantiqueira sua primeira filial, denominada “Atellier Escultor da Montanha”, situada na cidade de Santo Antonio do Pinhal-SP, à Av. Gov. Carvalho Pinto, nº 82, Centro, cidade vizinha de Campos do Jordão, a Suíça Brasileira, como é conhecida. Humberto de Oliveira, mais conhecido como Humberto Escultor, é divulgado através da Rede Facebook e do Compartilhamento de Vídeos do YouTube, onde em ambas, estão expostas as belezas de suas artes. Em todas as apresentações faz questão de afirmar ser um ardoroso taubateano, berço de ilustres e grandes escultores. Parabéns, Humberto de Oliveira, página maravilhosa da cultura de Taubaté.

PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

JAURÊS HUGO DE SIQUEIRA (07)





ESCULTOR E PINTOR 




MÃOS QUE FAZEM HISTÓRIA.




Jaurez Hugo de Siqueira nasceu em Taubaté-SP aos 20 de setembro de 1937, sendo filho de Antonio Hugo de Siqueira e Rosária Alves da Silva. Sempre residente na bucólica Taubaté desde seu nascimento, diz que desde os cinco anos de idade gostava de brincar com barro, com o intuito de, ao final, apresentar algo que pudesse ser reconhecido como escultura, o que de uma forma geral seus trabalhos eram aprovados. Tanto a escultura quanto a pintura, caminhavam lado a lado em sua vida de artista, e sua paixão por ambas tornava suas obras mais belas. 

Sua infância transcorreu dentro da mais perfeita harmonia, como harmônico eram os dias daquela Taubaté que irradiava tranquilidade e paz. Estudou apenas o primário, mas o suficiente para entender um pouco mais a vida e preparar-se diante do que supunha enfrentar. Já quase adulto enfrenta mais uma vez bancos escolares, desta vez, direcionados para as artes plásticas. Recebeu ensinamentos com o renomado artista plástico e mundialmente conhecido Anderson de Oliveira Fabiano (1926-1979) em Taubaté, tendo como companheiro de classe José Demétrio da Silva (1940-2011) que mais tarde seria conhecido como o internacionalmente Zé Demétrio, escultor de escol. Em São Paulo, no Liceu de Artes e Ofícios, recebeu ensinamentos do premiadíssimo professor e escultor Vicente Larocca (1892-1963) consagrado no Brasil e no exterior. Escultor versátil, suas artes são detalhadas pela meticulosidade e a quase perfeição com o objetivo proposto. 

Paralelamente aos trabalhos artísticos que desenvolvia, Jaurez Hugo de Siqueira ingressa em 10 de maio de 1961 na Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar. Após brilhante carreira militar na gloriosa Corporação, em 17 de fevereiro de 1983 passou para a inatividade na graduação de 1º Sargento PM, a qual ostenta até os dias atuais. 

É autor de inúmeras e importantes obras, dentre elas o busto que se encontra na Praça defronte ao Quartel do 5º BPM/I em Taubaté-SP, em homenagem ao General Júlio Marcondes Salgado, herói da Revolução Constitucionalista de 1932 e patrono do mesmo Batalhão.  Suas pinturas a óleo são verdadeiras obras primas, como a de “Tiradentes Ante a Execução"  caminhando para o martírio, exposta no Salão Nobre do CPI/1. 

Jaurez Hugo de Siqueira recebeu em toda sua vida artística vários prêmios e elogios, muitos deles perpetuados em sua trajetória militar, como por exemplo, o Elogio Individual do Comandante do 5º Batalhão de Caçadores em 1965: “... por sua decisiva participação nos trabalhos levados a efeito para perpetuar no bronze a memória do ilustre militar, General Júlio Marcondes Salgado, nos festejos comemorativos do 134º aniversário da Força Pública do Estado de São Paulo, contribuindo para que saldássemos uma dívida de gratidão para com o insigne herói constitucionalista”. Os agradecimentos de toda a população Valeparaibana a você, Jaurês, cujas mãos marcadas pelo barro do tempo, são interpretações de amor que Deus nos deixou.


PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

WILSON TOLEDO DE QUEIROZ (15)





CANTOR   


       
O ESPLENDOR DA JOVEM GUARDA EM TAUBATÉ


A época maravilhosa vivida pela juventude brasileira no final da década de 50, toda a década de 60 e início da década de 70, está registrada na memória de todos aqueles que souberam e tiveram a felicidade de participar dos movimentos artísticos e culturais levados a efeito em todo o território nacional. Conjuntos como “The Flamer’s”, “New Dreamer’s” “Os Dragões”, “The Quarrymen’s”, “Os Solitários”,  “The Doctor’s”, “Os Invasores”, “Os Kalapallos”, “Avanço R”, dentre outros, determinaram a importância de Taubaté na nova corrente musical nacional. Em uma Taubaté bucólica e ainda muito presa aos costumes daquela época, o movimento da Jovem Guarda surgiria para tornar mais bonita a vida de milhares de jovens que afluíam aos encontros tão esperados de seus ídolos no palco do antigo Cine Odeon, à Rua Visconde do Rio Branco esquina com Bispo Rodovalho. 

Mas, dentre todos esses ídolos encontramos Wilson Toledo, portador de uma bela e inconfundível voz e que levava a plateia ao delírio quando se apresentava. Wilson Toledo de Queiroz nasceu em Taubaté-SP, aos 20 de dezembro de 1939, sendo filho de Teodoro Correa de Queiroz e de Silvanita de Toledo Queiroz. Seu pai era comerciante, proprietário do Mercadinho Nossa Senhora do Bom Conselho, situado à Rua Dr. Emílio Winther, 733, nos idos de 1942. Wilson foi casado com Ana Maria Giacomini, advindo dessa união os filhos Wilson e Renata. Tempos depois, se separou, desquitando-se. Residia à Rua Projetada nº 90, Bairro do Rancho Grande, em Taubaté. 

Wilson Toledo, à época da Jovem Guarda, movimento cultural brasileiro muito influenciado pelo Rock And Roll do final dos anos 50 e início da década de 60, foi um cantor que maravilhou toda uma geração, consagrando-se por ela com grandes apresentações. Wilson Toledo se apresentava aos domingos no auditório do Cine Odeon, em Taubaté. Era o esperado Programa “Festa da Brasa” da Rádio Difusora de Taubaté que acontecia no horário compreendido das 10 as 12 horas. Ali, uma multidão de fãs se aglomerava nas calçadas à espera da abertura do prédio desde as primeiras horas da manhã.

Em sua discografia, constam algumas pérolas, tais como: “Clarim do Morro”, samba, composto por José Santos e Adalberto, com acompanhamento de Joãozinho e sua Escola de Samba, Gravadora Soberana Ltda; “O Tesouro Negro da Bahia”, samba, composto por José Santos, Adalberto e J.G. de Souza, com acompanhamento de Joãozinho e sua Escola de Samba, Gravadora Soberana; “Lua Triste”, xote, composto por José Santos, com acompanhamento do Regional e Coral próprios da Gravadora Soberana; “Quero Ser Seu Namorado”, canção,  de Antonio Afonso e Benê, com acompanhamento do Conjunto The Doctors, composto por Antonio Miguel Kater (cantor), Antonio Afonso (teclado), José Mário (contra-baixista), Fernando (guitarrista) e Antonio Siqueira (baterista), Gravadora Soberana; “Guarânia do Adeus”, composta por José Santos e Durval Guido, Gravadora Philips; “Sombras do Passado”, samba-canção, composto por José Santos e Durval Guido, Gravadora Philips. Era uma pessoa de um diálogo sempre franco, sendo muito admirado pela sua perseverança, lealdade e aquele amigo “difícil” de encontrar. 

Após a carreira artística, Wilson Toledo dedicou sua vida ao comércio, e durante muitos anos em Taubaté, foi um comerciante bem sucedido e proprietário da Loja Filizola, situada no Parque Dr. Barbosa de Oliveira. Em 28 de agosto de 1988, quando do falecimento de Maria Benedita Moreira Santos, esposa de seu primo Belmiro dos Santos, e por ocasião da missa de corpo presente no Santuário de Santa Terezinha, em Taubaté, Wilson Toledo se fez participativo, quando cantou maravilhosamente a Ave Maria de Gounod, fazendo ecoar por todo aquele lugar sagrado sua bela e inesquecível voz.  

Adquirindo séria doença neurológica, seus lábios se emudeceram e sua voz findou-se às 13.50 h do dia 15 de outubro de 1989, vindo a falecer no Hospital Escola de Taubaté onde se encontrava internado, tendo como causa mortis, falência múltipla de órgãos, conforme o contido na Certidão de Óbito nº 8047, Fls. 228-V, Livro B, assinado pela Dra. Maria Ângela B. D. Villela Santos. Está sepultado no Jazigo Perpétuo da família, na Quadra 2ª, Sepultura 189, do Cemitério Municipal de Taubaté.  

Esta é uma homenagem que se lhe presta, para que todas as gerações tenham conhecimento da importância de seu legado ao movimento único da Jovem Guarda, à música popular brasileira em sua amplitude e ao enlevo de muitos corações com sua inesquecível voz. Resquiescat in pace, Saudoso Cantor da Jovem Guarda!
 


PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

ANTONIA MARIA PAVÃO (08)




  CANTORA 



UMA ESTRELA DE TAUBATÉ NA FESTA DE ARROMBA.
       
                   
Meire Pavão, nasceu Antonia Maria Pavão em Taubaté-SP aos 02 de junho de 1948, sendo filha de Theotônio Pavão e Clarinda de Francisco Pavão. Seu pai, reconhecido professor de violão, pesquisador de folclore e compositor teve decisiva influência em seus pendores artísticos, os quais se fizeram notar desde menina, bem como pela aproximação constante de seu irmão, Albert Pavão (Carlos Alberto Pavão Neto).

O nome Meire, adotado artisticamente, fora em homenagem à sua avó paterna. Sem dúvida alguma, foram seus grandes incentivadores e seus sustentáculos pelo relativo sucesso alcançado em sua carreira artística. Apaixonada por música justamente numa época em que se vivia o período de transição do Rock And Roll de Celly Campello para movimento da Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, Meire Pavão caminhava para o que seria um sucesso em sua carreira artística.

Em 1962, lançou o Compacto Duplo com as canções “A Cigarra e a Formiga”, “Baggio Napolitano”, “Maria Morena” e “Nair”, todos com acompanhamento do Conjunto Alvorada, um quarteto vocal feminino integrado pela própria Meire Pavão; Em 1963, novo Compacto Duplo foi lançado, com as canções “Os Dois Italianinhos”, “Garota Boca Rica”, “Novilheiro” (Novillero) e “Cavalheiro” (Caballero), também todos com o acompanhamento do Conjunto Alvorada; Em 1964, outro Compacto, com as canções “Areia Quente” (Ay... Como Queima La Arena), de J.S. Scotti/Limache, versão de Theotônio Pavão, e “Lili” (Hi Lili Hi Lo), ambos com Jet Blacks. Em 1964, gravou em Compacto Simples as canções “O Que Eu Faço do Latin” e “Tão Perto, Tão longe”, pela Chantecler. Em 1965, gravou o LP “Rainha da Juventude”; o Compacto Simples com as canções “Bem Bom” e “Broto Estudioso” pela Chantecler, e  em outro Compacto Simples as canções “Cansei de lhe Pedir” e “Depois que a Banda Passou”, pela Polydor. Em 1966, lançou em Compacto Simples o que foi considerado seu grande sucesso “Família Buscapé” e “Robertinho Meu Bem”, pela gravadora RCA Victor; No mesmo ano, lançou em Compacto Simples “História da Menina Boazinha” e “Meu broto aprendeu Karatê”, pela RCA Victor; Ainda em 1966, lançou o LP intitulado “Meire Pavão”, pela RCA Victor; Em 1968, lança pela Continental, em Compacto Simples as canções “Romeu e Julieta” e “Garoto dos meus sonhos”. Nesse mesmo ano lança em Compacto Simples pela gravadora RGE as canções “Monteiro Lobato” e “Cleópatra”. Meire Pavão é citada na letra composta por Erasmo Carlos “Festa de Arromba” e interpretada por ele "... Enquanto Prini Lorez bancava o anfitrião, (bapára) apresentando a todo mundo Meire Pavão...". 

A imprensa falada, escrita e televisada, entende que a carreira de Meire Pavão não tenha obtido o merecido estrelato por exclusiva falta de valorização de produtores e gravadoras, bem como de um melhor repertório voltado aos padrões da época e suas preferências, em evidência, em meados da década de 60. 

Meire Pavão faleceu em 31 de dezembro de 2008 na cidade de Santos, vitimada por insuficiência respiratória aos 60 anos. Seu sepultamento foi marcado pela simplicidade sendo sepultada num funeral apenas com a participação de familiares e amigos. A cidade de Taubaté se sente orgulhosa por ter entre seus filhos queridos a cantora Meire Pavão, artista maravilhosa que foi, que tanto engrandeceu a Capital Nacional da Literatura Infantil. Requiescat in pace, Grande Cantora Taubateana!

 

PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

ALTINO MARCONDES (02)



FUTEBOLISTA



O PRIMEIRO A VESTIR A "AMARELINHA"


Altino Marcondes nasceu em Taubaté/SP, aos 16 de julho de 1898, sendo filho de Theodoro Marcondes e Donária Marcondes. Era casado com Cecília Marcondes, e dessa união nasceram os filhos Zélia e Ari Marcondes. Antes de se tornar jogador de futebol e ainda muito jovem com seus incompletos dezesseis anos, Altino tentou a carreira como acrobata saltador numa Companhia Circense, tamanha era sua vocação. Depois, deixou essa profissão e se encantou com a possibilidade de se tornar um homem do fogo, com o consequente engajamento na Força Pública do Estado de São Paulo, sendo designado para servir no  Corpo de Bombeiros de São Paulo, conforme seu desejo. Nessa Corporação foi um exímio soldado nas alturas com suas acrobacias, colocando em prática todo seu talento de artista em benefício de seu semelhante. Altino oferecia ainda suas habilidades futebolísticas no Corpo de Bombeiros, entretanto, com a proximidade do tempo que estava prestes a vencer como soldado engajado, optou por vida de civil, porém, continuando como jogador de futebol. Sua vida estava fadada a um sucesso não muito distante e não impossível de se realizar. Em 1916, o Esporte Clube Taubaté com dois anos de existência entrou em sua vida e foi buscá-lo em Campinas, quando defendia a alvinegra Ponte Preta. No início de sua carreira, os jornais o reconheciam apenas por Altino, seu primeiro nome. Mas, devido às suas estratégias com jogadas serem semelhantes a um tatu, e em razão de penetrar com muita facilidade e abrindo buracos na defesa adversária, o apelido acabou se tornando ainda mais popular que seu próprio nome.

Grande driblador, logo despertou o interesse de grandes clubes, com esperança de tirá-lo do Esporte Clube Taubaté. Em 1920, foi para o Corinthians, ali permanecendo até 1926. Sendo um jovem muito inteligente e destemido, já mostrava suas habilidades futebolísticas sobre os rivais. Adaptado para a meia esquerda, acabou formando uma ala altamente perigosa ao lado de Rodrigues, sempre apresentando grandes atuações e com memoráveis jornadas. Com um futebol ousado e objetivo, Tatu veio a conquistar seu primeiro título pelo Corinthians em 1922. Ele foi a grande revelação do Campeonato Paulista daquele ano, título conquistado e até hoje muito valioso por ter acontecido justamente no ano Centenário da Independência do Brasil. No entanto, foi exatamente este título que fez com que fosse definitivamente reconhecido no futebol, culminando com a sua convocação para a Seleção Brasileira de Futebol e a consagração com o título de Campeão Sul-Americano de Futebol de 1922, jogando todas as cinco partidas e com um saldo altamente positivo para sua grande carreira. Seu auge como jogador de futebol foi alcançado quando defendeu a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1922, realizado no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o qual havia sido ampliado para sediar referido campeonato. Nos cinco jogos da seleção, em todos atuou como titular, tendo marcado um dos gols, justamente no jogo de estreia contra o Chile, no empate de 1 a 1, no dia 17 de setembro. Naquela ocasião, a Seleção Brasileira campeã atuou com: Kuntz, Palamone, Barthô e Amilcar Barbuy; Fortes e Formiga; Neco, Heitor Domingues, Tatu, Rodrigues e Arthur Friedereich. Os títulos não parariam por aí. Ganharia, nos três anos seguintes que jogou pelo Corinthians, o Campeonato Paulista de 1923 e o Campeonato Paulista de 1924, sendo que neste último marcou o gol do título na final contra o Paulistano. Na decisão, ocorrida na data de 11 de janeiro de 1925, o Corinthians venceu por 1x0 graças ao gol de Tatu, que assegurou o primeiro tricampeonato paulista dos três tricampeonatos que o Campeão da Independência faturaria entre as décadas de 1920 e 1930. Durante todo o tempo em que jogou pelo Corinthians, ou seja, entre 1920 e 1926, Tatu jogou 92 jogos e marcou 63 gols. Em 1926 transferiu-se para o C.R. Vasco da Gama do Rio de Janeiro, lá permanecendo até 1928. Após, teve uma breve passagem pelo futebol do Espírito Santo, atuando pelo Aliança, daquele Estado.

De volta a São Paulo, ingressou na Associação Portuguesa de Desportos e, em 08 de agosto de 1929 estreou pela lusa no amistoso internacional contra o Vitória de Setúbal, de Portugal. Este foi o segundo amistoso da Portuguesa contra uma equipe internacional e o primeiro contra uma equipe portuguesa. Nesse confronto houve empate de 2 a 2, com a Portuguesa assim formando: Dyonísio, Raposo, Machado e Cabral; Amleto e Ramon; Tidoca, Carrapicho, Salles, Tatu e Tavares.  Conforme pesquisa efetuada pela Revista Placar, Tatu foi eleito um dos cem maiores jogadores da história do Corinthians.

Entretanto, a trajetória futebolística em sua vida se viu cerceada em seu destino de glórias, em virtude de ter contraído uma tuberculose pulmonar. Sem meios financeiros para suportar e enfrentar o revés que a vida lhe opusera, começou a se debilitar, caindo enfermo e à mercê da própria sorte. A única mobilização em prol de seu restabelecimento ocorreu em outubro de 1931, quando o grande goleiro corinthiano e da Seleção Brasileira, Tuffy, publicou um anúncio no Jornal “A Gazeta”. Nesse  anúncio, um apelo desesperador para que todos os dirigentes e esportistas paulistas se irmanassem para auxiliar o jogador Tatu, que até pouco tempo antes do anúncio no jornal havia defendido a Associação Portuguesa de Desportos, e, gravemente enfermo, teve que abandonar definitivamente o futebol, chegando inclusive a passar muitas necessidades.  

Todavia, não havendo mobilização por parte de nenhum esportista ou da própria Confederação Brasileira de Futebol, Tatu veio a sofrer os momentos de maiores agruras de sua vida, vindo a falecer no mais completo ostracismo e abandono no dia 25 de maio de 1932, às 02:00 horas, em sua residência sita à Rua Emílio Winther, nº 40, em Taubaté, com apenas 33 anos de idade, vitimado por uma tuberculose pulmonar. O sepultamento de Altino Marcondes foi marcado por grande presença de autoridades e do povo taubateano, saindo seu féretro do próprio local de sua residência. Altino Marcondes foi sepultado no Cemitério Municipal de Taubaté-SP,  4ª Quadra, sepultura 117, atual 153.

Sua esposa, Cecília Marcondes, filha de José Benedito Marcondes e Dorothéa Marcondes, faleceu no dia 10 de novembro de 1932, as 13.00 h., na Rua Humaitá nº 3, tendo seu sepultamento ocorrido no dia seguinte, 11 de novembro, ou seja, seis meses após o falecimento de seu marido. A causa de sua morte foi fimatose (tuberculose), conforme atestado de óbito assinado pelo Dr. Geraldo Franco.  Foi sepultada no Cemitério Municipal de Taubaté-SP, 8º Quadra, sepultura 489. Sua filha Zélia Marcondes, solteira, natural de Taubaté-SP, nascida aos 18/08/1923, faleceu aos 05 de novembro de 1980, às 06.00 h, no Hospital Santa Isabel de Taubaté-SP, vitimada por um tumor cerebral metastático, conforme atestado de óbito assinado pelo Dr. Fernando Rodolfo M. Escobar, estando sepultada no Cemitério Municipal de Taubaté, 4ª Quadra, sepultura 405. Também seu filho, Ari Marcondes, natural de Taubaté-SP, nascido aos 20/07/1926, faleceu aos 26/07/2007. Era casado com Benedita Olga Monteiro Marcondes, de quem se separou judicialmente. Deixou os filhos Ari Antonio e Meire Marcondes. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Taubaté-SP, na 4ª Quadra, sepultura 77, atual 153. Requiescat in pace, Grande Campeão!



PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SIMONE SOARES (06)

ATRIZ
                                                        
 
Na madrugada do dia 26 de março de 1977, mais precisamente às 01.55 horas e ao iniciar o primeiro sábado do outono brasileiro, Taubaté recebia, com as bênçãos do Cristo Redentor, aquela que, anos mais tarde, viria a se tornar uma Atriz e uma Estrela de Primeira Grandeza da televisão brasileira. Nascia assim, no Hospital de Clínicas de Taubaté, Simone Soares, a linda e abençoada filha de Rosana Soares, conforme o contido na Certidão de Nascimento sob matrícula nº 121210 01 55 1977 1 00004 017 0001827 40, expedida pelo Oficial de Registro Civil da Comarca de Taubaté-SP, 2º Subdistrito. Sua infância e adolescência foram vividas em sua cidade natal, a querida Taubaté de tantas pessoas ilustres. 


 A ACONCHEGANTE E BELA PRAÇA SANTA TERESINHA

A escolha de seu nome tem sua origem na novela Selva de Pedra, onde sua mãe, Dona Rosana, acompanhava todo o desenrolar daquela maravilhosa novela, com a atriz Regina Duarte interpretando a figura central nas personagens de Simone Marques e de Rosana Reis. Tempos que se foram e que deixaram saudades! Ainda naquela fase de criança, aos cinco anos, Simone apresentava no palco um trabalho escolar ao interpretar a irrequieta, irreverente e travessa, a boneca de pano Emília, personagem do escritor infantil Monteiro Lobato, seu conterrâneo de Taubaté.

Simone estudava, e, ao mesmo tempo, como todos os jovens que buscam seus ideais, almejava a tão cobiçada carreira artística, pois, possuindo dons para aquela ocupação, buscava galgá-los paulatinamente, e, sempre aliado ao desejo convicto de ser atriz e trabalhar na televisão. Segundo ela mesma, foi fundamental ter sido aluna de uma ótima professora de arte, da qual sente saudade e a considera maravilhosa, pois, o gosto pelas atividades artísticas tomou rumo imediato para o sucesso. Como toda fã, imitava os grandes ídolos como Xuxa e as Paquitas, e era obstinada com os filmes de Renato Aragão apresentados em sua Taubaté querida. Interessante aqui destacar que Simone Soares jamais negou suas origens de interiorana, de menina simples, da “caipira” de Taubaté, como comumente são chamadas as candidatas quando se apresentam para ingresso na tão sonhada carreira de atriz. Pelo contrário, é impressionante como toda vez em que é entrevistada, expressa-se da maneira mais fraternal possível, de uma simplicidade e atenção  para com todos, fazendo questão de dizer que nasceu sim, em Taubaté, e, com muito orgulho!  A sua simplicidade para com as pessoas se transforma na extensão da bondade de seu coração ao não medir esforços para ajudar seu semelhante. Sua maneira de se identificar como conterrânea de pessoas ilustres e famosas nascidas em Taubaté, como a atriz Yara Maria Salles, dos apresentadores Cid Moreira e Hebe Camargo, do escritor Monteiro Lobato, do magnífico maestro Ivan Paulo da Silva (maestro Carioca), da cantora da jovem guarda Meire Pavão, do humorista Heitor Martins, o "Pit Bitoca", e de tantas outras personalidades, a torna ainda, mais querida pela população taubateana.

Apesar de não ter ninguém de sua família relacionada ao meio artístico, Simone começava ainda adolescente, a participar de teatro em Taubaté. Antes de atingir o estrelado, atuava como locutora de um programa de rádio em Taubaté ou como vendedora de carros em uma concessionária de veículos. Aqui, uma passagem interessante, pois, sem ter nunca exercida essa atividade, afirmara que tinha muita experiência naquele ramo, tudo para conseguir um suporte financeiro que lhe possibilitasse continuar os estudos de Propaganda e Marketing.  Esforçou-se tanto que em tão pouco tempo já alcançara, com uma breve carreira, o sucesso como vendedora atuante e eficaz. Também trabalhou como contato publicitário em uma emissora de rádio de Taubaté e logo seus clientes lhe pediam insistentemente que gravasse seus comerciais, em virtude de sua voz clara, forte e marcante. Daí, para a televisão foi tudo muito rápido, e, como num passe de mágica, logo passaria a exibir-se como apresentadora da TV Band Vale em um programa voltado para a venda de produtos.

Foi uma lutadora. E, uma mulher, na melhor acepção do termo, corajosa e destemida. Enfrentou as agruras da vida, as discriminações dos mais variados gêneros, mas, sempre com a alegria e a firmeza de suas ações e determinações, qualidades que lhe são inerentes. E, tal como os grandes generais vitoriosos de uma guerra, conquistaria sua maior batalha: a de se tornar uma artista. Mas, como e destino é implacável e justo, foi como promotora de produtos na temporada de inverno de Campos do Jordão que os céus lhe foram abertos, ao interagir-se com pessoas residentes na Capital Paulista que a influenciaram e a encorajaram a dar o primeiro passo no sentido de mudar-se para São Paulo e lá desenvolver todo seu potencial de artista, lado adormecido de sua cultura e um botão de rosa querendo se abrir para o cinema, teatro e televisão.

Como ela mesma diz “... trabalhava muito, mas ganhava muito dinheiro também”, começando aí a juntar suas economias e investir em cursos de teatro que estavam disponibilizados em São Paulo, como a Escola de Artes Macunaíma e Beto Silveira.  Logo, foi chamada para participar da primeira versão da minissérie bíblica exibida pela TV Record “História de Ester” em 1998, na personagem de Daniele Monastero. Foi a abertura para o sucesso de sua maravilhosa carreira artística, advindo a partir de então uma série de grandes e memoráveis apresentações, interpretando como Gisele em “Tiro e Queda” de 1999 e como Dulce em “Louca Paixão” de 1999, ambas da Record; ainda em 1999, no SBT, teve participações no programa humorístico “A Praça é Nossa”, contracenando com Moacyr Franco e Gorete Milagres, e, como a personagem Virgínia em “Guerra e Paz” de 2008; como Sheila em “Marisol” de 2002; como Marta Oliveira em “A Lua me disse” de 2005; como Nívea em “Os amadores” de 2006; como Zélia de Castro Andrade em “O Profeta” de 2006; como Mira em “Sob nova direção” de 2007; como Núbia em “Sete Pecados” de 2007; como Hannah em “Casos e Acasos” de 2008; como Nina em “Maysa - Quando fala o coração” de 2009; como Vicky Veronese em “Malhação” de 2009; como Paloma em “Caras & Bocas” de 2009;   como Fernanda em “Escrito nas Estrelas” de 2010; e, como Laura Paranhos em “O Astro” de 2011. No cinema atuou em “Tempo Real” e “Silêncio e Pecado”, ambos curta-metragem de 2005; Xuxa “O Mistério de Feiurinha”, na personagem da Bela Adormecida, de 2009; “Incômodo”, curta-metragem, de 2010; e,  “Assalto ao Banco Central”, atuando como repórter no longa-metragem, de 2011. Em dublagem, participou em “Os Sem Florestas”, como voz adicional em 2005; “Seres rastejantes”; e, “Os Simpsons”. Como formação acadêmica, Simone Soares é formada em Propaganda e Marketing pela Universidade Paulista (UNIP), bem como cursa Cinema pela UGV. Concluiu os seguintes cursos de interpretação: Escola de Teatro Amador, Taubaté/SP, de 1991 a 1995; Escola de Artes Macunaíma, São Paulo/SP, em 1996; Escola Recriarte, São Paulo/SP, em 1997; Beto Silveira, São Paulo/SP, em 1997; Célia Helena, São Paulo/SP, em 1998; Fátima Toledo, São Paulo/SP, em 1999; Wolf Maia, São Paulo/SP, em 2001 e 2002; Alexandre Boury, São Paulo/SP, em 2001; Escola de Atores Wolf Maya, São Paulo/SP, em 2003 e 2004; Ignácio Coqueiro, Rio de Janeiro/RJ, em 2002 e 2005; Camila Amado, Rio de Janeiro/RJ, em 2006 e 2007; Sérgio Penna, Rio de Janeiro/RJ, em 2008; Ruy Guerra, Rio de Janeiro/RJ, em 2008; Hugo Moss, Interpretação para cinema, em 2009 e Fátima Toledo, Interpretação para cinema, 2010.

Simone Soares é casada com o diretor de TV Mário Meirelles, "um gentlemann" da TV Globo, e dessa união adveio o nascimento da bela Luana, e que, como ela mesma sempre diz "Ela é a luz, e desde que nasceu somente coisas boas aconteceram em minha vida”.


UM CASAL FELIZ


 O ENCANTO DE LUANA

Elabora esforços no sentido de que a 1ª Mostra de Cinema de Taubaté seja uma realidade. Com isso, além de divulgar cada vez mais o cinema nacional como um todo, permitirá que muitas outras pessoas tenham acesso à cultura. Isto a faz sentir-se orgulhosa por poder propiciar à população de Taubaté a importância de sua terra natal no cenário artístico e cultural do país. Parabéns, Simone! Você é pessoa merecedora de toda a felicidade deste mundo. Continue sendo a taubateana simples, a mãe maravilhosa e benevolente, portadora de toda uma beleza interior, que, por si só, a dignifica como mulher. Não se esqueça de cultuar sempre a imagem imorredoura de Emília, aquela mesma boneca de pano sapeca e irreverente, que somente você, uma estrela de apenas cinco aninhos, soube tão bem interpretar. Seja sempre feliz!


PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br

JOSÉ LUIZ DA COSTA FERREIRA (01)






ESCULTOR




UM ARTISTA QUE BUSCAVA A PERFEIÇÃO...

José Luiz da Costa Ferreira, filho de Luiz José da Costa Ferreira e Clara Bittencourt Ferreira, nasceu em Ubatuba, aos 15 de março de 1916, uma quarta feira da última semana do verão brasileiro. De origem humilde, aportou-se no Vale do Paraíba Paulista no século passado, na década de 20, mais precisamente em Taubaté, juntamente com sua mãe Dona Clara Elísia (Clarinha), sua tia Dona Maria Clara (Maricota) e de seus irmãos Garcílio e Presciano. Já órfão de pai, algum tempo depois ocorre o falecimento de seu irmão, Presciano. Ainda criança, ajudava no sustento da família fazendo pequenos serviços como ajudante braçal em suas horas de folga, pois dedicava parte de seu tempo aos estudos no Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves, em Taubaté.

Ao concluí-los, era notório e perfeitamente percebível seus pendores artísticos, interessando-se sobremaneira às artes da fotografia, da escultura e do teatro, este, mais tarde, voltado para os ventríloquos, através dos personagens Juquinha e Benedito, os quais, em companhia de seu criador, José Luiz, encantaram e entusiasmaram multidões. 

OS PERSONAGENS JUQUINHA E BENEDITO

As apresentações, na maioria das vezes, tinham como palco da Sociedade Beneficente, sita à Rua XV de Novembro, nº 50, como ilustra a foto daquela época. Com o falecimento de sua mãe, Dona Clarinha, fica, a partir de então com seu irmão Garcílio, sob os cuidados de sua tia, Dona Maricota. Professora que era, tem, a partir daí, a incumbência de criá-los. Em 1936, ingressa na Força Policial, depois Força Pública e atualmente Polícia Militar do Estado de São Paulo, passando a servir no CIM (Centro de Instrução Militar) em São Paulo, e, depois, no 8º Batalhão de Caçadores, em Campinas. Na Corporação, após conclusão de curso, foi promovido à graduação de Cabo PM. Em junho de 1943, contrai matrimônio com Helena Rossener Ferreira, advindo dessa união os filhos Maria Aparecida, Nestor, Vera, Fajardo e Ademar. Em 1946, através de requerimento, solicita baixa da Força Pública do Estado de São Paulo, passando então, a exercer atividades civis, a princípio como vendedor ambulante, tendo viajado por toda a região. 

Fixa residência em Ubatuba, neste Estado, e, a partir daí, envereda-se pela arte fotográfica, outra paixão de sua vida, e que iniciara em 1936 com as primeiras fotografias aéreas do nosso Litoral Norte, em Ubatuba, sendo considerado um dos precursores dessa nobre arte naquela cidade e região, arte essa em que se especializou, sempre contando com o apoio de seu grande amigo, o piloto Cunha, de tradicional família de Taubaté. Partindo do antigo campo de aviação do Aero Clube de Taubaté, onde hoje está instalada a Fábrica da Ford, ganhava os céus e registrava para a posteridade paisagens do nosso litoral paulista e brasileiro. 

Possuindo laços familiares, retorna para Taubaté onde ingressa no Serviço Público Estadual, inicialmente na Secretaria Estadual do Trabalho, nesta cidade. Mais tarde, com sua extinção, foi remanejado para a Secretaria Estadual da Agricultura e prestando seus serviços na Casa da Lavoura de Taubaté, a qual ainda perdura até nossos dias. Depois, a pedido, foi transferido para a Secretaria de Segurança Pública, passando a prestar serviços na Delegacia de Polícia de Taubaté, ocupando ali as funções de Chefe do DDP (Departamento de Diversões Públicas), a qual era abrangida também pelo Setor de Identificação. Após, passou a ocupar as funções de Chefe do Serviço de Trânsito de Taubaté, cargo que ocupou até sua aposentadoria em 1978. 

Na década de 30, personificou a figura do caipira "Chico Pindoba" e com ele enlevou com alegria milhares de crianças e adultos. Concomitante, abraçando com tenacidade os dons de artista trazidos consigo quando ainda criança, revela-se um escultor da melhor escol, produzindo imagens em cera, verdadeiras jóias raras, tais como Rui Barbosa, Tiradentes (diante do carrasco, momentos antes de sua execução), as cabeças de Lampião e Maria Bonita, Padre Anchieta (escrevendo os poemas à Virgem Maria nas areias da praia do Iperoig), John Kennedy, Abrahão Lincoln, O milagre de Nossa Senhora Aparecida (escravo acorrentado refugiando-se na igreja de N.S. Aparecida após ser perseguido pelo capataz da fazenda), Caril Chessmann (sentenciado à cadeira elétrica nos Estados Unidos), Papa João XXIII e Santa Filomena, dentre outros. 





     CARIL CHESSMANN E SEU CRIADOR.                                                                                                                   SCREVENDO NAS AREIAS DE IPEROIG.

Durante muito tempo suas obras permaneceram expostas em um prédio situado nas esquinas da Rua Carneiro e Souza e XV de Novembro, nesta cidade. Com exceção das imagens religiosas, as quais foram solicitadas pela Arquidiocese de São Paulo, as demais foram adquiridas por um empresário grego de nome Pinter. 

Notabilizou-se por ser o único artista profissional de Taubaté a transformar as características físicas e faciais, de maneira impecável e fantástica, das pessoas que a ele recorriam durante os festejos carnavalescos. Certa vez, procurado por um folião para que o transformasse no Corcunda de Notre Dame, assim procedeu, dando-lhe aspectos físicos idênticos vividos por aquele personagem famoso.
 
                                                                                                                    
REPRODUZINDO NO SER HUMANO UMA ESCULTURA DE PRIMEIRA GRANDEZA

Reportando-nos à história, o Corcunda de Notre Dame era um rapaz de compleição física avantajada, porém, sofria de uma doença conhecida por cifose, além de coxo e deformado, sendo denominado por muitos como monstro. Entretanto, por ser forte, tanto poderia acionar os pesados sinos da Catedral de Notre Dame, em Paris, quanto pela sua delicadeza, acolher em suas mãos pequenos pássaros. Vivia enclausurado nos porões daquela igreja, sendo um assíduo frequentador daquele campanário. 

À época, José Luiz da Costa Ferreira teve reconhecida toda sua habilidade artística ao reproduzir naquele folião, uma obra de tamanho significado em pleno século XX. Sua última grande obra, foi simbolizar e eternizar o dedo indicador do jornalista e apresentador Flávio Cavalcanti, onde em seu programa, quando dos intervalos, apontava o dedo para o alto e dizia: "Nossos comerciais, por favor!". Referida obra, bem como as máquinas fotográficas encontram-se preservadas para exposições futuras. 

É, do renomado artista plástico Zé Demétrio, o seguinte pensamento sobre o escultor José Luiz: "Ao mestre Zé Luiz, o grande Mago da Escultura em Ceroplastia, um grande abraço por ter sido o meu 2º Mestre. Taubaté, Vale do poluído Paraíba, 1989, Ano 50". José Luiz da Costa Ferreira faleceu no dia 04 de fevereiro de 1993 e está sepultado no Cemitério Municipal de Taubaté, no jazigo da Família Costa Ferreira, sita à Quadra 18, sepultura nº 220, atual nº 346, juntamente com sua tia-mãe Dona Maricota, seu irmão Garcílio e de sua filha Maria Aparecida. Como homenagem póstuma, através da Lei Municipal nº 4678, de 04 de julho de 2012, teve reconhecida sua prestatividade como munícipe, ao ter como agradecimento do povo taubateano, inscrito seu nome em uma das Praças de Taubaté-SP, localizada no Loteamento Vista Alegre, no Bairro do Bonfim, passando a denominar-se a atual Praça Projetada como "Praça José Luiz da Costa Ferreira - Escultor". Também, idêntica homenagem lhe foi conferida em sua cidade natal, Ubatuba, onde através da Lei nº 3105, de 19 de agosto de 2008, dá a denominação de "Praça José Luiz da Costa Ferreira - Sr. Costa, a área de lazer existente no Loteamento "Sítio Ressaca", localizada na Avenida Mero. Requiescat in pace, Grande 2º Mestre!

BONECOS FALANTES.

TODOS Á SOCIEDADE BENEFICENTE DE TAUBATÉ: A's 8,45 em ponto. Grandioso Festival Artistico para a compra do mobiliario para a séde. A Directoria desta, conta com o comparecimento de todos os Associados e Exmas. Família, e particulares não socios, para mais abrilhantar esta festa artistica. 

Attenção - 1ª Parte: Cav. Faspp e seus auxiliares levarão a scena a formidável peça em 3 actos de autoria do actor Santos Junior, gentilmente presenteado para este conjunto: Um netto em apuros - Desempenhada por Zilda Rocha, Cav. Faspp e Tomanini.

Ouverture - 2ª Parte: A chistosa operetta em 1 acto do conhecido escriptor Belmiro Braga: Na Cidade. Personagem Anastacio (Tomanini); Anacleto (J. Rocha); Rufina (Zilda Rocha); Carolina (Diva Moura); Josefa (Philomena Tomanini.

Terminará o espectaculo com um bem organizado acto de variedade, destacando-se: Tomanini e J. Rocha, perfeitos imitadores, syrio e regional. Vamos ter o prazer de ouvir as gentis collegas Philomena, Diva e outras, com fino repertorio de sambas, marchas, emboladas e cateretes. Neste acto tomará parte o applaudido Ventriloco (Zezé) que promete grande surpreza para gaudio da petisada com seus indiabrados Bonecos Falantes.

Nota: O espectaculo será abrilhantado pelo afinado Jazz Band "Carlos Gomes", sob a competente direcção do prof. Chiquinho.
Preços: Entrada 1$500 - Meia entrada $700.
Rua 15 de Novembro, 50, Taubaté.
HOJE! Domingo, 21 - junho - 1936. 

APLAUSOS!

MUSEU ESTÁ SENDO APLAUDIDO: Foi inaugurado anteontem, na esquina das Ruas Carneiro de Souza e XV de Novenbro, o Museu Histórico. De propriedade do artista José Luiz da Costa Ferreira, o museu apresenta vultos do passado em tamanho natural, trajados a caráter e feitos em cera. Trabalho de arte, técnica, paciência e gosto, que mereceu o aplauso do público que lá visitou a mostra. Vultos como Kennedy, Pedro de Toledo, Ruy Barbosa e Tiradentes, foram transportados para a cera, com a autenticidade própria dos artistas. Uma referência sobre a Revolução de 1932 é feita pelo artista que enfeitou o salão da mostra com jornais da época, além dos personagens de maior destaque. (Jornal A Tribuna, Taubaté, 11 de julho de 1964, Nº 3991). 


         UMA FAMÍLIA DE ARTISTAS.

BONECOS DE CERA: Muito pouca gente deve saber, mas Taubaté possue hoje a única fábrica de bonecos de cera do país. Ela é formada por uma família: José Luiz da Costa Ferreira, Nestor da Costa Ferreira e José Fajardo da Costa Ferreira. Lá são feitos bonecos de cera  que se movimentam, alguns, cópias exatas de grandes personalidades. São perfeitos, com cabelos verdadeiros implantados, olhos de vidros, etc. A quase totalidade dos museus de cera do Brasil faz encomendas a eles. Fica na Rua Cel. Augusto Monteiro, 579. Vale a pena conferir. (Jornal A Voz do Vale do Paraíba, Taubaté, terça feira, 22 de junho de 1971, Coluna Ramalho Neto Informa). 

COSTA FERREIRA E SEUS BONECOS.

O aplaudido ventriloquo Costa Ferreira, o "Comandante X", da Rádio Difusora Taubaté, está se tornando dia a dia o ídolo dos pequeninos ouvintes da ZYA8. O seu programa "A Caravela da Alegria", patrocinado pela farinha de trigo Catita do Moinho de Barra Mansa, além do aspecto humorístico que se apresenta, se reveste de um cunho nitidamente instrutivo, motivo pelo que tem agradado em cheio. Ainda ontem, no programa "Gurilândia" um bonito programa infantil daquela emissora, e que obedece à sadia orientação da profª Elba Pereira, o Comandante "X" fez um interessante quarto de hora, divertindo as crianças que enchiam literalmente os estúdios e auditorio da Difusora. Possuidor de uma verve notável, sabendo impressionar pela justeza de narração os seus pequeninos ouvintes, trabalhando com muita naturalidade, Costa Ferreira deu personalidade aos seus bonecos Juquinha e Benedicto; e podemos adiantar que dentro de algum tempo, as crianças das nossas escolas terão em Juquinha e Benedicto dois simbolos reais a lhe enfeitar a vida. E a criança achará novos motivos de beleza neste agitado século que passa. (Jornal Taubaté Country Club,  ano 1941, página 4).

AS ACROBACIAS COM A BICICLETA.

Quem conta sobre as peripécias e malabarismos de Luiz José da Costa Ferreira em sua época de militar da Força Pública, é o também militar e seu companheiro de caserna, Benedito Monteiro, o "Bê Monteiro" como é popularmente conhecido, e atualmente com 100 anos de vida repleta de saúde, completados no último dia 30 de agosto de 2014. "... O Zé Luiz era um ciclista fenomenal, quando jogávamos uma moeda em linha reta e ele corria para alcançá-la e montava novamente", ou então "eu, ao lado dele, jogava uma moeda de 200 réis no chão e sem parar de pedalar pegava a moeda". Nessa época ele morava perto do Bosque, atual Praça Monsenhor Silva Barros. 


O MAGO DA ESCULTURA EM CEROPLASTIA.


É do renomado artista plástico Zé Demétrio, o seguinte pensamento sobre o escultor José Luiz da Costa Ferreira: "Ao Mestre Zé Luiz, o Grande Mago da Escultura em Ceroplastia, um grande abraço por ter sido meu 2º Mestre. Taubaté, Vale do poluído Paraíba, 1989, Ano 50".


SEMANA DE ARTES PLÁSTICAS.

De autoria do Vereador Jeferson Campos, a Câmara Municipal de Taubaté aprovou e o  Prefeito Municipal de Taubaté José Bernardo Ortiz Monteiro Júnior, sancionou a Lei Nº 4824, de 03 de dezembro de 2013, promulgando-a: Art. 1º - Fica instituída no Município de Taubaté, a Semana de Artes Plásticas José Luiz da Costa Ferreira a ser comemorada anualmente na segunda semana do mês de maio, de modo a ser celebrada na semana do dia 8 de maio (Dia do Artista Plástico). Parágrafo único. A semana ora instituída constará no Calendário de Eventos do Município de Taubaté. Art. 2° - As despesas com a execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Prefeitura Municipal de Taubaté, 03 de dezembro de 2013, 368º da elevação de Taubaté à categoria de Vila. José Bernardo Ortiz Monteiro Júnior – Prefeito Municipal. Publicada na Secretaria de Governo e Relações Institucionais, 03 de dezembro de 2013. Eduardo Cursino – Secretário de Governo e Relações Institucionais. Luciane de Oliveira Silva – Diretora do Departamento Técnico Legislativo.

DE ANALPHABETO À ARTISTA PLÁSTICO


Tendo José Luiz da Costa Ferreira nascido aos 15 de março de 1916, só poderia matricular-se regularmente aos estudos primários daquela época, a partir de 1923, quando então, completaria sete anos de idade, requisito básico exigido. Entretanto, como as matrículas se encerrassem em janeiro, isto somente seria possível no ano seguinte. José Luiz residia à Rua Mariano Moreira, nº 20, região central de Taubaté, local bem próximo de sua primeira escola, o Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves, uma instituição de ensino muito recomendada aos padrões escolares e com diretrizes bem determinadas. Foi matriculado em 26 de janeiro de 1925, portanto aos nove anos de idade, na 1ª Classe "A", assim denominada, tendo ao final do ano letivo, sido promovido. Em 26 de janeiro de 1926 foi matriculado na mesma escola, agora na 1ª Classe "B", tendo como sua professora, Heloísa Ferreira Pinto. Ao final de 192 dias letivos obteve a aprovação com a média 9 (nove) e as seguintes notas: Leitura (oito); Linguagem (oito), Arithimética (doze); Geografia (nove); História (nove). Órfão de pai em 1921, aos cinco anos, também ficaria órfão de sua mãe em 1925. A partir de então, abandonaria seus estudos para se dedicar agora única e exclusivamente à sua família, a qual passaria a ser constituída de sua tia-mãe Maria Clara (Maricota) e seu irmão Garcílio, para continuarem na difícil caminhada da vida pela sobrevivência. Ficaram as saudosas lembranças do tempo em que, José Luiz, caminhando pela Rua Mariano Moreira com destino ao Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves, ao atingir o ponto mais elevado daquela via pública e em confluência das Ruas Marquês do Herval com Jacques Félix, acenava para sua mãe, e esta, inspirada na oração da Ave Maria e pronunciando palavras vindas de Nossa Senhora ao seu coração, dizia: "Deus te abençoe, meu filho". Pois bem, querido primo Nestor! Com certeza, meu pai Garcílio disse ao seu pai José Luiz: "Precisamos acordar, mano! Já iniciamos o segundo quarto do século vinte".  


PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br