UM
EXEMPLO DE VIDA
Maria
Antonia Gióia, filha de Vincenzo Gióia e de Maria Gióia, nasceu em
Agromonte, um pequeno Distrito localizado na região de Latrônico, Província de
Potenza, na Itália. Seus pais, eram contadinos em Agromonte, sendo considerados
pequenos agricultores, colonos, trabalhadores da roça. Contadinos, em sua
maioria, não possuíam terras e nem casa para morar, trabalhando nas mesmas em
troca de uma parte da produção que colhiam, sendo o restante da produção de
propriedade de seus patrões. Maria Antonia vinha de uma família numerosa com
mais seis irmãos, Vincenza, Francesco, Giovanni, Giuseppe, Egídio e Angélica
Gióia, ajudando sua família nas tarefas que lhe eram afetas, desempenhando-as
com alegria e obediência. Entretanto, mesmo com todas as dificuldades da época
era uma família coesa e feliz.
Quando moça, vem a conhecer Giuseppe Antonio
Gaudioso com o qual se casaria e dessa união nasceriam os filhos Biagio, Maria,
Stella, Vincenzo, Egídio e Carmine. Seu filho primogênito Biagio era militar,
quando eclodiu a 2ª Grande Guerra Mundial, porém, viera a falecer no
cumprimento do dever. Tem seu nome inscrito na Galeria dos Heróis que tombaram
pela Pátria. Foram anos difíceis de superação para si e para toda a família. De
quanta coragem se revestiu aquela alma espartana para receber o golpe
incomparável! Maria Antonia era uma esposa dedicada ao lar e à criação de seus
filhos. Quantas vigílias noturnas dedicava àqueles que, quando pequeninos,
enquanto mergulhavam no sono reparador, ela passava as noites junto aos seus
leitos, velando em silêncio e se esquecendo das incontáveis canseiras do dia?
Seu marido, Giuseppe era mestre de obras em Agromonte e cidades vizinhas e
Vincenzo, seu filho acompanhava-o e ajudava-o em seus afazeres, tendo em razão
disso, aprendido o ofício de pedreiro. Pouco a pouco, Maria Antonia viu sua
família se distanciar. Depois da morte de seu filho Biagio, sofrendo com o
marido os infortúnios de uma guerra e como conseqüência, a trágica morte de seu
primogênito querido, receosos de que Vincenzo se alistasse no Exército Italiano
e o sofrimento se repetisse com a perda de mais um filho, suplicam-lhe para que
mudasse para o Brasil, onde seu tio aqui já residia no Rio de Janeiro. Dessa
maneira, assim se procedeu.
Anos depois Stella e Egídio seguiriam o mesmo
destino de Vincenzo, o Brasil. Foram anos difíceis vividos e com as separações
se sucedendo. Sua filha Maria viria a se casar e como conseqüência desse fato a
mudança para Nápoles. Restavam então daquela família mais que feliz seu marido
e seu filho caçula, Carmine. Quando todos se preparavam para embarcar para o
Brasil para se juntar aos que aqui se encontravam, eis que, de maneira inesperada
ocorre o falecimento de seu marido. Abalada emocionalmente e muito triste,
decorridos alguns meses, nada mais restava a fazer do que junto com seu filho
Carmine, embarcarem para o Brasil. Aqui, tendo ao lado seus filhos
queridos, passo a passo caminhava para uma nova jornada. Estava feliz no
Brasil, entretanto, a saudade pela filha Maria, que ficara na Itália,
fê-la voltar alguns anos mais tarde. Mas, apenas e tão somente para
visitá-la, pois, voltaria ao Brasil para prosseguir na sua caminhada ao lados
de seus filhos aqui estabelecidos. Como mãe, uma simples mulher existia que,
pela imensidão de seu amor, tinha um pouco de Deus e pela constância de sua
dedicação tinha muito de Anjo. Que sendo moça, pensava como uma anciã e, sendo
velha, agia com as forças da juventude. Maria Antonia Gióia, Mama para todos
nós, sabia desvendar os segredos da vida quando assumia a simplicidade das
crianças e ao enriquecer-se com a felicidade daqueles que sabiam amar. Era
uma mulher de princípios cristãos e a todos transmitia muita paz, essa mesma
paz imorredoura que tanto procuramos e necessitamos.
Viveu para sua família e ao seu semelhante e se
alteava como a bravura dos leões. Fez do apostolado da generosidade a extensão
do seu coração e estendia suas mãos a quem delas necessitasse.
Atingiu a felicidade plena, com a hospedagem suntuosa que o
Criador reserva àqueles que amam o próximo como a si mesmo. Tudo o
que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la novamente investida na sua paz
transparente, a benzer-nos todas as vezes que nos encontrava e, dela, receber
um aperto de seus braços e ao menos, uma palavra de seus lábios. Mama, recebeu
do Criador a dádiva de poder ver crescerem seus filhos e presenciar a
multiplicação do sangue de seu sangue. Foi uma Níobe ao sofrer, primeiro
com a morte de seu filho Biagio e depois com a de seu marido Giuseppe. Por
isso, mulheres quando sofrem assim, afrontam a dor e ficam acima da Humanidade.
Maria Antonia Gióia Gaudioso faleceu em Taubaté-SP, aos 09 de setembro de 1987,
as 07.00 h. Seu óbito encontra-se registrado sob nº 8701, livro C-15, às folhas
157-V, tendo como causa de sua morte ocorrido um Acidente Vascular Cerebral,
conforme Laudo emitido pelo Dr. Ítalo de Faria Pereira. Está sepultada no
Cemitério Municipal de Taubaté junto ao Mausoléu da Família Gaudioso, à 6ª
Quadra, Túmulo 62. Requiescat in pace, Alma da Bondade!
PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR,
PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES
SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
MÃE, expressão de ternura e amor ! | 21/10/2013
ResponderExcluirMulheres, principalmente as que desconhecem a força e o poder que existe em cada qual. Ser mãe, não é ser simplesmente mulher, é ser aquela criatura de DEUS que dá a luz, amamenta, conduz aos primeiros passos, mostra o caminho na vida à seguir, defende do perigo e maus momentos. Ser MÃE é muito mais que tudo. Acredito que muitos gostariam de ter tido uma "MAMA" na vida. Parabéns família Gaudioso.
Nestor da Costa Ferreira