O SOLDADO CONSTITUCIONALISTA.
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 09 DE JULHO DE 1932.
O dia 09 de julho é para os brasileiros e
principalmente para São Paulo, "A PIRA SAGRADA" que em 1932 acendeu o
ideal e o patriotismo do povo bandeirante. Naquele ano, São Paulo, movido pelo
impulso patriótico de seus filhos levantava-se em armas para reintegrar o
Brasil no Regime Constitucional. A Nação brasileira, que há muitos anos vivia
sob um regime conturbado e de opressões, oriundo do choque de ideias políticas
contrárias aos princípios uma sã democracia, precisava de um titã que se
levantasse para levar aos quatro extremos do país, da Ponta Seixas, na Paraíba
à Serra de Contamana, no Acre, e da Serra do Caburaí, em Roraima, a uma das
curvas do Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, a Causa Sagrada da Constituição.
Esse gigante foi São Paulo. Esse mesmo São
Paulo, que, em todos os momentos difíceis da Nação tem sabido escrever páginas
de lutas e de glórias na nossa história Pátria. Este São Paulo que tem sabido
pagar com justo orgulho o tributo que deve à terra brasileira. Naquele 09 de
julho de 1932, marco inicial de uma epopeia brilhante, e de quem várias décadas
nos separam, tocam-se clarins, rufam-se os tambores, ondas de voluntários
acorrem aos quartéis a engrossar, dia a dia, as fileiras do Exército
Constitucionalista. A gloriosa e mais que centenária Força Pública do Estado de
São Paulo, constituindo desde os primeiros momentos da luta, a vanguarda da
jornada épica, espalha-se como que por encanto, por todos os rincões da terra
bandeirante. Combate em todos os setores pela causa abraçada, como defensora
intemerata da legalidade e da ordem.
Os nossos bravos soldados, audazes bandeirantes de
uma nova era, caminham, desassombradamente à conquista da lei, embora nessa
dura tarefa, tenha, o solo paulista, sido dolorosamente regado com sangue
desses heróis. A São Paulo, associam-se outros Estados-Irmãos pela aspiração
maior e comum, uma nova Constituição Brasileira. Entretanto, o destino
adverso em seus insondáveis desígnios, guardava aos heróis da liberdade, depois
de 83 dias de lutas, o desfecho fatal da derrota. Na História Militar das
Nações, há sempre um Alexandre, há sempre um Júlio César. Nós tivemos também o
nosso herói, o valoroso General Júlio Marcondes Salgado, que, pela firmeza de
caráter tornou-se o esteio da Revolução Constitucionalista e o timoneiro das
esperanças de São Paulo. Quis o destino, porém, que esse bravo soldado, ceifado
da vida no desenrolar da luta, escrevesse com seu sangue a data marcante e
inesquecível da jornada dolorosa de 1932.
Corre o tempo, e o tempo é o julgador imperecível
de todas as coisas, passam-se os anos, gerações nascem, crescem, vivem e
desaparecem. Mas aquele 1932, imperecível, torna-se mais vivo para os nossos
sentimentos, inapagável em nossos corações e vivificante para a grandeza cívica
e moral de nossa gente. São Paulo, defensor das grandes causas, obreiro das
grandes realizações, é, como disse um poeta, "Berço de heróis,
sementeira do ideal paulista, baliza do futuro, rastro de progresso". E a
Força Pública, hoje Polícia Militar, é para São Paulo uma glória, como uma
glória é São Paulo para o Brasil, com a promulgação da Constituição Brasileira
de 1934. Seus feitos, os erros e as glórias do Exército Constitucionalista, não
dizem mais respeito a pessoas apenas. São patrimônios do país que precisam se
incorporar à sua História. É glorioso nosso passado. E para que sejamos sempre
dignos do legado precioso que os nossos maiores nos deixaram, entoemos na mudez
de nossa alma, no silêncio de nossos corações, uma fervorosa prece aos bravos
de 1932, que tão bem souberam morrer pela Pátria e pela Lei, pela grandeza de
São Paulo e pela integridade do Brasil, bem como aos que nos proporcionam
momentos inesquecíveis, com suas vidas repletas de saudade, a nossa gratidão
perenal e as bênçãos de Deus.
cfgilberto@yahoo.com.br
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