UM APÓSTOLO DA CARIDADE E DO AMOR.
O
dia 14 de setembro de 610, para a Igreja Católica, é o dia da Festa da
Exaltação da Santa Cruz, dia em que o Imperador Heráclio reconquistava
das mãos dos Persas, o Santo Lenho. Também para nós, taubateanos, o dia
14 de setembro de 1931, uma segunda-feira do outono brasileiro, é uma
data muito especial e querida. Nascia na rua Dr. Emílio Winther, nº 32,
no centro de Taubaté, João Batista Bonani, aquele que num curto espaço
de tempo seria conhecido como um grande radialista, uma pessoa portadora
de uma bondade infinita, dotado de uma fé transbordante de amor, e,
acima de tudo, ao apostolado da dedicação suprema aos mais pobres dos
pobres.
João
Batista Bonani, mais conhecido como J. Bonani e assim iremos tratá-lo,
era filho de José Bonani e de Olga Bonani. Seu pai era um Sargento
Músico do Exército Brasileiro do 6º Regimento de Infantaria de Caçapava.
Toda sua infância foi praticamente voltada para o ambiente militar,
acompanhando seu pai no dia a dia da caserna.
Foi aluno das Escolas Anchieta e do Comércio em Taubaté, mas, tempos
depois, mudando-se para Bauru, deu continuidade aos estudos onde os
concluiu. Não prestou o Serviço Militar tendo em vista haver sido
dispensado por excesso de contingente. Foi
funcionário da Empresa de Ônibus Pássaro Marrom quando ainda a
"Rodoviária" de Taubaté se servia de um acanhado espaço na Rua Carneiro
de Souza, atualmente um ponto comercial. Era considerado um funcionário
dedicado e o faz-tudo daquela Empresa, ora desempenhando as funções de
bilheteiro, ora como funcionário administrativo financeiro. Tempos
mais tarde, viria a compor o quadro de funcionários da Caixa Econômica
Estadual em Taubaté, onde cumpria seu horário de serviço das 12.00 h as
18.00 h e nesse serviço permaneceu por doze anos como funcionário
administrativo. Entretanto, em razão de mudança de meio expediente para
tempo integral, optou por deixar aquela Empresa Estadual. Funcionário
muito dedicado e querido por todos, foi persuadido pelos senhores
Benedito de Oliveira Leite e José Rodrigues Pereira, respectivamente
Chefe da Administração Regional e Delegado Regional da Caixa Econômica
do Estado de São Paulo para que não deixasse aquela Empresa. Para tanto,
ofereceram a Gerência da Caixa Econômica Estadual de Redenção da Serra.
A questão
horário era o grande empecilho para J. Bonani, que exercia função
paralela à de jornalista e radialista junto aos meios de comunicação há
muito tempo. E, pelo amor à comunicação, não se deixava persuadir.
Daquele momento em diante, se a Caixa Econômica Estadual perdia um
funcionário de qualidades sobejamente conhecidas, todavia, os microfones
da Rádio Difusora de Taubaté e o Brasil ganhavam com a nova conquista
dos meios de comunicação. J. Bonani jamais se desvencilharia de seu amor pelo rádio.
E
esse grande amor tivera seu início quando, aos dez anos, portando uma
latinha de massa de tomate dava seus primeiros passos acompanhando o
futebol varzeano de Taubaté pelos mais diversos campos, tais como CTI,
União Operária, Vila Nogueira e tantos outros. Transmitia como um
locutor esportivo de escol e encarnava a paixão pelo futebol em seu dia a
dia.
Certa
vez, em meados da década de 50, fora procurado pelo árbitro de futebol
Carlos Drumond da Costa que o convidara a transmitir pela Rádio
Difusora, uma partida do Campeonato Amador de Taubaté entre o E.C.
Jacque Félix e o São Paulo F.C. Referida partida fora realizada no Campo
do E.C. Jacques Félix, no Bairro da Independência, que representava a
Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar. Essa
transmissão contou com o apoio do Banco do Vale do Paraíba, situado em
Taubaté na Rua Duque de Caxias, onde atualmente funciona outra
instituição bancária. Como fato histórico deixa seu legado por ter sido a
primeira transmissão da sempre pioneira e querida Rádio Difusora de
Taubaté em uma partida pelo Campeonato Amador.
Uma
passagem interessante em sua vida, ocorreu quando J. Bonani, estando
morando em Bauru na década de 50, candidatou-se ao ingresso na então
Força Pública do Estado de São Paulo, tendo sido aprovado em todos os
exames. Uma semana antes da incorporação voltou para Taubaté para
providenciar alguns documentos pessoais e não mais voltou, nem para
Bauru nem para ingresso na tão sonhada carreira militar. Mas, para isso cabe uma explicação.
Aqui
conheceu o grande amor de sua vida, Maria de Lourdes, a sua querida
Lourdinha, com a qual se casaria no dia 07 de setembro de 1958, um
domingo comemorativo à Independência do Brasil. O
local escolhido fora a maravilhosa Igreja de Santa Terezinha e o
casamento realizado pelo saudoso Padre Cícero Alvarenga, com as bênçãos
de Deus, casamento esse que perdura aos nossos dias, após decorridos 55
anos de feliz matrimônio. Tiveram
um casal de filhos. Josiane, casada com o Profº Gilberto de Castro e
que lhe deram quatro lindas netas, e Luiz Henrique, casado com Regina de
Oliveira, presenteando-os também, com dois lindos netos.
Segundo J. Bonani sua maior alegria é a de estar vivendo hoje ao lado
de uma família feliz e de amigos maravilhosos, que tem sido para ele,
professores com muita paciência a tolerar seus defeitos.
Quanto
ao rádio, guarda lembranças infindas, porém, a mais gratificante e
memorável diz respeito à contribuição dos meios de comunicação quando do
vendaval que atingiu uma madrugada a cidade de Taubaté, deixando
inúmeras famílias desabrigadas. Naquela ocasião utilizando-se do
microfone da Rádio Difusora de Taubaté, conclamou a população para ajuda
aos infortunados, conseguindo de imediato, cinquenta caminhões que
percorreram a cidade em busca de alimentos e vestuários. Seu programa
“Show das Sete” naquela manhã conseguiu lotar as dependências do Taubaté
Contry Club com mais de três mil pessoas. J. Bonani professa o
espiritismo desde 1960, oportunidade que tem a oferecer aos seus
semelhantes as palavras do Evangelho. É a expressão da benevolência e
carinho para com todos. Um anjo da caridade e do amor dos nossos dias. Dentro
de si guarda uma vida inteira voltada para o bem de seu semelhante. Pai
extremoso, marido exemplar, amigo leal e alma de criança. Suas palavras
são portadoras daquela paz e otimismo imorredouros que tanto almejamos.
Desinteressado da glória e da fama, ilusões passageiras que degradam o
gênero humano, ama seu próximo como a si mesmo.
Assim,
quando homens como J. Bonani tem o coração voltado para a bondade
franciscana infinita, para a expressão do amor em toda sua plenitude,
logo percebem que as rosas não têm espinhos e que afrontando todas as
dificuldades, se colocam acima da humanidade. Que o Deus Maravilhoso
que habita em seu lar o abençoe sempre. Seja feliz amigo J. Bonani. São os desejos dos mais pobres dos pobres e deste que muito o admira.
PROFº
GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR.
COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
Agradecimento | 09/10/2013
ResponderExcluirPrezado amigo, paz e saúde! Parabéns pelo seu magnifico trabalho. Agora acompanhando a evolução dos tempos, está escrevendo mais um livro percorrendo os caminhos da informática. Muito lindo o seu trabalho. Na página onde aparece a minha pessoa e da Lourdinha, você colocou o seu bondoso coração no seu comentário. Vou me esforçar, para ser pelo menos um pouco daquilo que você acha que eu sou. Muito obrigado. J.Bonani - Apresentador do Programa Sala de Visita na TV Cidade Canal 99 NET e Editor do Jornal "O Espírita".
João Batista Bonani