MÃOS QUE SE ETERNIZAM.
Humberto
de Oliveira nasceu em Taubaté-SP aos 17/01/48, sendo filho de Orlando
de Oliveira e Maria José de Oliveira. Quando criança iniciou sua vida
escolar na bucólica Taubaté dos anos 50, mais precisamente em 1955, no
Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves e, depois, na sequência curricular de
seus estudos, frequentou os bancos escolares dos Colégios Padre Anchieta
e Paroquial Nossa Senhora das Graças. Sua infância, como a de toda
criança daquela época, transcorreu na mais perfeita harmonia, sem a
violência que hoje é peculiar, com muito respeito à vida, com obediência
aos pais e com aquela convivência diária que hoje não temos mais.
Um
dia, como era de costume ir à casa de seu Tio Querubim de Oliveira, na
Travessa Alicinha em Taubaté, para visitá-lo, lá encontrou seus primos.
Com o desenrolar da visita e diante de uma conversa informal, notou que
seus primos brincavam de modelar um material argiloso. Instintivamente
pegou uma porção e também começou a modelar, tendo ao final esculpido a
cabeça de um frade franciscano. Todos ficaram surpresos com a escultura
final e logo passaram a incentivá-lo a continuar com seu lado ainda
adormecido de escultor. Sem ter nenhuma noção do que representaria
aquele princípio de escultura, nascia ali, para o mundo, o
mais novo artista e um dos maiores escultores.
Naquele
instante, o paulista, o caipira de Taubaté e o internacionalmente
conhecido, Humberto de Oliveira, não poderia imaginar que algum tempo
depois, faria parte na galeria de escol dos grandes escultores
brasileiros. Espiritualista na acepção da palavra, Humberto de Oliveira
diz que não segue nenhuma regra imposta, mas, apenas encontra-se
presente em todos os segmentos desta vida, em primeiro estágio como
gosta de se auto-definir.
Assim, a ideia de se projetar algo que o
consagre, está fora de cogitação, pois, como sempre afirma, “... viver
de maneira serena e para o próximo, é o início da corrente para o bem”.
E completa: “... creio que minha espiritualidade está por toda parte,
seja na ecologia, no respeito a todas as opiniões, nos estudos
filosóficos, na conversa com uma criança, no respeito e na gratidão
pelos idosos, na interpretação de que o mal nunca vencerá o bem, na luta
pela preservação da natureza, pelo amor e carinho aos animais, e,
principalmente, pelas coisas mais simples e elementares da vida”.
No
final da década de 60, como todo jovem sequioso por novas conquistas
foi ao Rio de Janeiro com o intuito de prestar concurso para ingresso na
Polícia Militar daquele Estado. Aprovado nos exames a que se submeteu, e
aguardando ser chamado para tão nobre missão, concomitante, presta
também exames para ingresso na Força Pública do Estado de São Paulo,
atual Polícia Militar. Obtendo aprovação em ambas as Corporações,
Humberto achou conveniente para si e para sua família, servir no próprio
Estado de seu nascimento.
Dessa
maneira, até que fossem concluídos todos os procedimentos e a
consequente chamada para iniciar o Curso de Formação de Soldados,
continuou com suas atividades voltadas para a escultura durante ainda
mais oito longos meses até que fosse incorporado. Ingressando na Força
Pública, passa a dedicar-se em sua mais nova atividade como policial
militar. Entretanto, algum tempo depois, ao concluir a Escola de
Formação de Soldados em São Paulo, é transferido para a região de
Bragança Paulista, mais precisamente na hospitaleira e querida cidade de
Piracaia, em 1972.
Naquela
localidade, continuando em suas horas de folga a se dedicar à arte de
esculpir, vem a conhecer José Bonetti, conceituado escultor nacional e
que muito o influenciou em suas técnicas e conhecimentos sobre
monumentos. Humberto de Oliveira conta que foi muito importante seu
relacionamento com aquele conceituadíssimo artista e que a arte sempre
esteve presente em sua trajetória de vida. Mas, como sempre diz, “... se
considera um Escultor das Estradas”. Em 1977 em razão de sua
transferência para Taubaté dá prosseguimento à sua carreira artística,
mantendo nessa cidade um relacionamento cultural com o notável pintor
taubateano Anderson de Oliveira Fabiano. Tempos depois é indicado pelo
mesmo pintor, para modelar o monumento em homenagem ao Padre Pedro
Monteiro do Vale, na cidade de São Bento do Sapucaí-SP.
Também é de sua
autoria o busto em homenagem a Plínio Salgado, naquela cidade. E foi
justamente com Anderson Fabiano, como era chamado, que Humberto de
Oliveira pode desenvolver todo seu lado de artístico de escultor,
aliando técnicas, esmero, meticulosidade e a busca da quase perfeição
com aquele genial artista. A
partir de então tem início as demonstrações de reconhecimento por parte
dos críticos de arte e da sociedade como um todo, enaltecendo seu
talento e suas obras de maravilhosa grandeza, basicamente retratadas e
relacionadas a temas religiosos, caboclos sertanejos e figuras
populares. Assim, obras como os bustos dos Professores Alfredo José
Balbi e João Guilherme de Oliveira Costa, ambas em bronze e expostas
respectivamente na Faculdade de Direito de Taubaté e na Sede da Reitoria
da Universidade de Taubaté, a de São Francisco de Assis, em fibra e em
tamanho natural, exposta no Horto Municipal de Taubaté, retratam a
grandeza de notável artista. E
explica como funciona o processo de produção de algumas de suas obras,
“... as peças são produzidas no barro, e, em seguida, são tiradas em
formas de gesso. Após esse procedimento, é feita a fundição em fibras de
vidro ou em bronze”.
Humberto de Oliveira tem seu envolvimento nos mais
diversificados movimentos culturais, como nas apresentações do 1º Salão
de Artes Plásticas do SESC, Taubaté-SP, (1970); do 1º Salão de Artes
Plásticas do SENAC, Taubaté-SP, (1972); do 6º Salão de Artes Plásticas,
Taubaté-SP, (1972); da 1ª Mostra de Artes Plásticas, São José dos
Campos-SP, (1978); do 1º Salão de Artes Plásticas, Jacareí-SP (1979); 7º
Salão de Artes Plásticas,Taubaté-SP, (1979); do 8º Salão de Artes
Plásticas, Taubaté-SP, (1980); do 9º Salão de Artes Plásticas,
Taubaté-SP, (1981); do IX Salão de Artes Contemporânea Limeirense,
Limeira-SP, (1981); do 1º Salão Regional de Arte Contemporânea, São José
dos Campos-SP, (1981); do X Salão de Artes Plásticas, Taubaté-SP,
(1982); da Mostra de Presépios Artesanais de São Paulo, São Paulo-SP,
(1983); da Loren Vale 83, Lorena-SP, (1983); da Mostra de Arte da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, Quartel General, São Paulo-SP,
(1987); Semana Cultural do Vale do Paraíba, São José dos Campos-SP,
(1983); do 1º Salão de Artes Plásticas de Cruzeiro do Sul, Porto
Alegre-RS, (1988); do Salão de Arte Contemporânea, São José do Rio
Preto-SP, (1988); do Salão de Artes Plásticas Valeparaibana, Lorena-SP,
(1986); do IV Salão de Artes, Campos do Jordão-SP, (1986); da Exposição
“Mãos que Esculpem”, Museu de Antropologia, Jacareí-SP, (1986);
Exposição Individual, Shopping Colinas, São José dos Campos-SP;
Exposição Individual, Câmara Municipal de Taubaté, Taubaté-SP, (2006).
Suas premiações foram todas de excelências, como o “Prêmio Prefeitura
Municipal de Taubaté”, Taubaté-SP, (1978); “Prêmio Medalha de Bronze”,
1º Salão de Artes”, Jacareí-SP, (1979); “Prêmio Prefeitura Municipal de
Taubaté”, Taubaté-SP, (1980); “Prêmio Menção Honrosa”, Salão Regional de
Arte Contemporânea”, São José dos Campos-SP, (1981); “Prêmio Menção
Honrosa”, IX Salão Limeirense de Arte Contemporânea, Limeira-SP, (1981);
“Prêmio Grande Medalha de Prata”, X Salão de Artes Plásticas de
Taubaté”, Taubaté-SP, (1982); “Prêmio Medalha de Ouro”, Salão da União
dos Artistas Plásticos de São Paulo, São Paulo-SP, (1988).
Em
várias cidades, apresenta obras de sua autoria, porém, obteve a
consagração como artista de escol, com sua mais importante obra, a
imponente figura do escritor Monteiro Lobato e sua principal criação, a
boneca Emília, exposta às margens da Rodovia Presidente Eurico Gaspar
Dutra, na entrada principal de Taubaté-SP, dando as boas vindas a todos
os que visitam a “Capital Nacional da Literatura Infantil”.
Também se
faz representar no exterior, tendo suas obras com colecionadores na
Holanda, Suécia, França, EUA, Alemanha, Áustria e Japão. A matriz de seu
atellier encontra-se instalada em Taubaté, porém, com o intuito de
atender seus clientes e colecionadores, inaugurou na região da Serra da
Mantiqueira sua primeira filial, denominada “Atellier Escultor da
Montanha”, situada na cidade de Santo Antonio do Pinhal-SP, à Av. Gov.
Carvalho Pinto, nº 82, Centro, cidade vizinha de Campos do Jordão, a
Suíça Brasileira, como é conhecida. Humberto de Oliveira, mais conhecido
como Humberto Escultor, é divulgado através da Rede Facebook e do
Compartilhamento de Vídeos do YouTube, onde em ambas, estão expostas as
belezas de suas artes.
Em todas as apresentações faz questão de afirmar ser um ardoroso
taubateano, berço de ilustres e grandes escultores. Parabéns, Humberto
de Oliveira, página maravilhosa da cultura de Taubaté.
PROFº
GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR.
COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
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