domingo, 23 de novembro de 2014

RUBENS MORAES SARMENTO (77)



A ALEGRIA COMO UMA CONSTANTE EM SUA VIDA



O CANTO VINHA DA RELVA...


Rubens Moraes Sarmento nasceu aos 14 de dezembro de 1922 em Campinas-SP. Foi casado com Vilma, com a qual teve uma única filha Marisa, que lhe presenteou com netos e bisnetos. Iniciou suas atividades no rádio aos 15 anos, trabalhando nas Rádios Educadora de Campinas, Cultura, Tupi, Bandeirantes, São Paulo e Capital, todas em São Paulo, bem como na Rádio Capital, em Campo Grande-MS. Exerceu atividades de comunicador nas TVs Bandeirantes, Record e Cultura, todas de São Paulo. Seu maior sucesso foi na TV Cultura quando do Programa "Viola Minha Viola". Foi um baluarte nas ondas do rádio por aproximadamente 50 anos. 

Certa vez quando apresentava um programa na Rádio Bandeirantes, Rubens Moraes Sarmento ou simplesmente Moraes Sarmento, um simpático e importante homem da comunicação, muito ouvido em todo o Brasil, relembrava uma passagem em sua vida, e assim se manifestou: 

"... Outro dia eu falei aqui que fui à cidade de São Pedro, fui por obrigação profissional e fiquei hospedado num hotel chamado Hotel Fazenda São João. É um hotel que tem uma tranquilidade impressionante, era realmente uma fazenda. Então a gente ouve muitos pássaros naquele local. E às 06.25 horas da tarde, no entardecer, eu estou deitado, cochilando e de repente ouço ao longe um inhambu piando. 




 A BELEZA DO INHAMBU E SEU CANTO.

 
Mas, eu fiquei tão comovido, porque ó, eu não ouvia inhambu piar a não ser em disco né, ou imitação que algumas pessoas fazem. Então, aquele inhambu piando me transportou sei lá prá onde, viu? E eu acabei ficando engasgado. No dia seguinte de manhãzinha eu abro a janela do hotel e olho assim um gramado, aquela relva molhada, orvalho. E quando fui ao restaurante tomar café, adivinha o que o rádio estava tocando, começou a tocar? Cheiro de Relva! Ah, aí o Sarmento debulhou em lágrimas que foi um negócio sério. Mas foi uma sensação maravilhosa". 

Contando isso à ouvinte e poetiza Eurídice Alves, escreveu, cujos versos vou ler prá vocês. Vejam a inspiração dessa moça, criatura dotada assim, de um sentimento maravilhoso. Ela nasceu com essa vocação, já nasceu poetiza, nasceu com a facilidade de escrever, de sentir, de sentir inclusive o que as outras pessoas dizem, com relação a um determinado assunto:

"Fizeste-mes adormecer em teu casto seio e sonhar tranquilo o doce prazer de guardar em meus ouvidos todo o enleio de um piado de inhambu ao entardecer. E hoje me despertas toda exultante, com um sol que ilumina o orvalho na grama e faz destas gotas, simples diamantes, cuja beleza os meus olhos inflama. Minha prece se faz um calado pranto do meu coração mergulhado no encanto de tuas obras, tua luz, tua beleza. Recebe minha dádiva, oh! mãe natureza, sob forma de lágrimas dos olhos meus e faze-as diamantes para o erário dos céus".


 

PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.

cfgilberto@yahoo.com.br

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