UM CENTENÁRIO DE AMOR À
PÁTRIA
Benedito Monteiro nasceu em Guaratinguetá/SP, aos
30 de agosto de 1914, sendo filho de Benedito Monteiro e Benedita Arsênia
Monteiro. Nasceu em um povoado de nome Soaradas, na margem esquerda do Rio
Paraíba do Sul, bem próximo à Serra da Mantiqueira. Ficou órfão de pai com a
tenra idade de um ano e dois meses, tendo sua mãe, após três anos de viuvez
casando-se novamente. Sua infância transcorreu como as das crianças daquela
época, com muitas brincadeiras, mas, acima de tudo com muito respeito e
obediência. Em Pindamonhangaba, cidade para onde sua família havia se mudado em
1922, começou a trabalhar dois anos depois, primeiro, em uma sorveteria e após,
em uma pequena fabriqueta de fogos de artifícios, logo aprendendo o ofício de
pirotecnista.
Em 1930, após breve estada em São Paulo em
companhia de tradicional família de Pindamonhangaba, retorna a esta cidade e,
em 1931, apresenta-se como voluntário no 5º Regimento de Infantaria,
entretanto, por não ter ainda 18 anos, não é aceito. Todavia, seu destino
estava mesmo direcionado para o militarismo, apesar das ponderações contrárias
de sua mãe. Em outubro desse mesmo ano segue para Lorena e, com autorização de
sua mãe, é aceito e incorporado ao Regimento de Infantaria de Lorena. Por
ironia do destino, esse Regimento vem a transferir vários soldados para o
Quartel de Pindamonhangaba. Cumprindo com denodo sua participação frente à
Revolução Constitucionalista de 1932, ocorre sua baixa do Exército Brasileiro
em 1º de abril de 1935. Com raízes no militarismo, Benedito Monteiro ingressa
na Força Pública do Estado de São Paulo aos 17 de janeiro de 1936, mais
precisamente no 5º Batalhão de Caçadores, atual 5º BPM/I. Músico
de primeiríssima linha, de imediato dedicou suas artes na Banda Regimental da
Força Pública em 1939, como saxofonista. Galgou todas as graduações militares,
e mais tarde, em 1953, como 2º Sargento e como grande destaque em sua
brilhante carreira de policial militar, participou do triste episódio quando do
"Levante da Ilha Anchieta", ocasião em que lhe coube comandar um
grupo de captura aos fugitivos daquela rebelião, obtendo sucesso em sua difícil
e árdua missão ao lograr recapturar muitos dos fugitivos.
Em 08 de maio de 1959, com as promoções a que fez
jus, passou para a inatividade, atingindo o Oficialato no posto
de Capitão da Reserva PM, posto este que ostenta até a presente data. Um
fato que marca seu cotidiano é a maneira pela qual enfatiza, de maneira
sistemática e em todos os momentos de sua vida, a paixão pela sua família
e gerações, pela Polícia Militar, pelas artes e por todos que lhe são queridos.
Na vida civil e artística, é conhecido como Bê Monteiro demonstrando dons
que são sobejamente conhecidos. É escritor, com a publicação de seu livro “Ecos
do Passado”, em alusão ao seu berço natal, o bairro de Potim, outrora
pertencente a Guaratinguetá e hoje, cidade de Potim. É artesão, sendo
considerado pela mídia como um excepcional artista, tendo como especialidade as
miniaturas de madeira, como monjolos, carros de bois, etc. É violonista, com
formação pela Escola Canadian Post, bem como pela conceituadíssima Escola de
Música e Artes Plásticas Fêgo Camargo, em Taubaté, onde tempos depois,
assumiria a Cadeira do Curso Livre para Violão. Como violonista atingiu o ápice
da glória como músico reconhecido, ao lançar seu primeiro CD “Bê Monteiro e
seus amigos” no ano de 2000, onde expressa todo seu conhecimento instrumental
ao interpretar canções belíssimas como “Abismo de Rosas”, “Som de Carrilhões”,
dentre outras. Como poeta maravilhoso que é, integra com muita honradez o
quadro de "Imortais" da Academia de Letras de Taubaté.
PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR.
COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
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