QUANTA SAUDADE!
Contam os personagens carnavalescos e alguns
historiadores, que os carnavais de rua de nossa Taubaté, eram tomados de
intensa e entusiasta alegria durante o último decênio do século XIX até meados
do segundo decênio do século XX. Ocorria também o aparecimento daquela
que seria a mola propulsora para o desenvolvimento industrial de Taubaté
e do Vale do Paraíba, quando da instalação da C.T.I., a nossa sempre saudosa e
querida Companhia Taubaté Industrial.
Assim, Taubaté encontraria seu apogeu com os blocos
carnavalescos denominados “Operários da C.T.I.”, surgido em 1891, e, “Filhos de
Plutão” e “Carmosin”, criados em 1898. Também, nesse carnaval de rua tão
entusiasmante, vale a pena lembrarmos que os carros alegóricos eram puxados por
cavalos maravilhosamente ornamentados. E toda a concentração para a tão
esperada saída dos foliões contendores, se fazia na atual Praça Dr. Monteiro,
antes, Largo do Teatro.
Entretanto, o que prevaleceu àquela época de
esfuziante alegria foi um carnaval voltado para o popular. As bisnagas de
borracha carregadas de água de cheiro e esguichadas no alvo visado e quase
sempre nos Pierrots, Arlequins e Colombinas, era o momento mágico esperado.
Mais tarde apareceriam as laranjinhas de cera, estas, utilizadas de uma maneira
um pouco mais violenta, pois, estouravam ao atingir o folião ou foliã
pretendidos, molhando-os. A partir de 1910 algumas indústrias brasileiras
começaram a fabricação do lança perfume ainda que de maneira um pouco retraída.
Com o aparecimento do lança-perfume, viriam também as contestações. Algo
inusitado à época e fabricado pela empresa francesa Rhodia com sede na
Argentina, era importado para o Brasil, sendo amplamente utilizado no carnaval
carioca de 1904, mas logo disseminado por todo o país. Em 1922, a Rhodia
instalaria sua fábrica em São Bernardo do Campo, lançando seu frasco denominado
Rodouro.
Anos mais tarde, em 1961, através de uma campanha televisiva defendida pelo apresentador Flávio Cavalcante contra o uso do lança perfume, o Presidente da República, Jânio da Silva Quadros, através do Decreto 51.211, de 18 de Agosto de 1961 e há uma semana antes de sua renúncia, proibiria sua fabricação, seu comércio e seu uso em todo o território nacional, bem como as cassações das licenças e das patentes anteriormente concedidas às indústrias responsáveis.
Anos mais tarde, em 1961, através de uma campanha televisiva defendida pelo apresentador Flávio Cavalcante contra o uso do lança perfume, o Presidente da República, Jânio da Silva Quadros, através do Decreto 51.211, de 18 de Agosto de 1961 e há uma semana antes de sua renúncia, proibiria sua fabricação, seu comércio e seu uso em todo o território nacional, bem como as cassações das licenças e das patentes anteriormente concedidas às indústrias responsáveis.
O carnaval de rua de Taubaté para os mais
saudosistas, foi marcado pela irreverência peculiar da autenticidade, como
demonstram as fotos acima, registradas na tarde de terça feira de carnaval do
dia 06 de março de 1962, mais precisamente na Rua Cel. Augusto Monteiro nº 579,
residência de uma família de grandes artistas, tendo como grande mestre a
figura de realce de José Luiz da Costa Ferreira, secundado por seus filhos
Nestor e José Fajardo da Costa Ferreira, também artistas de escol e grandes
escultores. Em pleno carnaval do verão brasileiro, os primos Garcílio da Costa
Ferreira Filho e Nestor da Costa Ferreira representavam para aquela época, toda
magia e maravilha do verdadeiro simbolismo da nossa sociedade, fantasiando-se
respectivamente de caipira brasileiro e de palhaço, alegrias que ainda reinavam
nas mentes inocentes de nossas crianças.
Mas, ficaram as saudosas lembranças, como aquela
que juntávamos dinheiro o ano todo para comprar o tão sonhado e acalentado
frasco de lança perfume Rodouro e o esperado dia dos blocos carnavalescos. E as
desavenças ficavam por conta dos Pierrots e Arlequins, os quais tinham seu alvo
preferido, o amor pelas lindas Colombinas dos salões de bailes de carnaval de
uma Taubaté bucólica e sonhadora. Ah, tempos que não voltam mais!
cfgilberto@yahoo.com.br
Ah! Como era bom o carnaval do passado! | 07/04/2014
ResponderExcluirAh! Como era bom o carnaval do passado! Realmente! Tempos que não voltam mais! Lembro-me como se fosse hoje, uma tarde sem sol, nublada, porém muito quente, contagiante, eu e meu primo Cilinho caminhávamos de um lado para outro da Praça Dom Epaminondas seguidos por inúmeras pessoas, admiradas com o que fazíamos dentro de nossos personagens!... Assim era o nosso carnaval !... De repente, a tarde se ia, a noite chegando,íamos para minha casa, retirar nossas fantasias, para em seguida voltarmos para a praça e vermos a passagem dos vários blocos de carnaval. Saudades!... Muitas saudades daqueles tempos, daqueles carnavais e também muita saudade daquele "caipira taubateano", meu primo Garcílio Costa Ferreira Filho (Cilinho), que de forma curiosa, tornava nossa brincadeira, ainda mais alegre e carnavalesca. Saudades, meu primo!...
Nestor da Costa Ferreira