O VAQUEIRO ALEGRE
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OH! SUZANA, NÃO CHORES POR MIM...
Somos sabedores de que Taubaté é uma cidade
importante para muitos dos artistas que, embora não nascidos aqui, por aqui
passaram e “decolaram” para a vida artística. Assim o foram Elpídio dos Santos,
Anacleto Rosas Júnior, Celly e Tony Campello, Mazaroppi, Renato Teixeira e
tantos outros. Todos foram maravilhosos com suas interpretações, enchendo de
alegria nossos corações e fazendo com que Taubaté, berço de tantas pessoas
ilustres se tornasse mais conhecida e respeitada em todo o mundo.
Assim, certa noite do ano de 1942 em Taubaté, um
ilustre e desconhecido representante das meias Ethel, forasteiro como tantos
outros, desembarcaria na Estação Ferroviária e se hospedaria no Hotel Metro, da
Praça Dom Epaminondas. Naquela noite a cidade de Taubaté seria muito
importante em sua vida e em sua carreira, pois daria o passo mais decisivo para
galgar o sucesso, e, algum tempo depois, seria o alvo das atenções de todas as
rádios do Brasil. Seu nome era Nelson Roberto Perez, filho de José Perez e de
Floresmina Perez, tendo nascido aos 12 de outubro de 1918 em Campinas-SP.
Entretanto, recebeu o nome artístico de Bob Nelson e com ele conheceu os
caminhos da fama. Com a Praça Dom Epaminondas repleta de pessoas solicitaria ao
proprietário do serviço de Alto Falante que o deixasse cantar uma música, no
que foi atendido. Inspirado no filme Idílio nos Alpes, interpretado pelo ator
Gene Autry, cantou “Oh, Suzana”, música que já vinha ensaiando em seus pensamentos.
Foi um sucesso!
Aquela noite memorável e diante de uma “plateia”
improvisada ganharia o incentivo e aplausos para que enfrentasse os programas
de calouros “A Hora da Peneira Rodini”, da Rádio Cultura e “Calouros do Chá da
Ribeira” da Rádio Tupi, em São Paulo. E assim o fez. Foi o 1º colocado em
ambas, sendo de imediato contratado por esta última. Foi um dos primeiros
artistas a misturar a música sertaneja com o estilo country americano.
Atendendo pedido de Assis Chateaubriand, que pretendia homenagear o comandante
norte-americano General Douglas Mac Arthur, Bob Nelson cantaria a música “Oh,
Suzana” trajando-se de cowboy. Justificava-se, pois, o General era natural do
Estado de Arkansas e lembrara-se da música sobre as guerras nos Estados Unidos.
Ao finalizar a apresentação recebeu o abraço daquele militar. Em seu
depoimento, Bob Nelson disse que o homem era tão alto que conseguiu abraçá-lo
pelo joelho.
Também teve a grande honra e primazia de cantar no
Cassino Atlântico, a convite de Ziembinski, ao lado de Libertad Lamarque,
Gregório Barrios e de Os Namorados da Lua. O rei Roberto Carlos, que quando
jovem, ouvia-o pelas rádios e se encantava com o ritmo tirolez que Bob Nelson
interpretava, homenageou-o com a gravação dele e de Erasmo Carlos com a música
“A Lenda de Bob Nelson”, em 1974. Bob Nelson era casado com Antonietta Leal
Perez, tendo dois filhos, dois netos, e dois bisnetos. Prestes a completar 91
anos, veio a falecer em 28 de agosto de 2009 de parada cardíaca. Foi sepultado
no dia 29 no Cemitério São João Batista, na zona portuária do Rio de Janeiro. Requiescat in pace, Vaqueiro Alegre!
PROF°
GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR.
COORDENADOR TÉCNICO DO MEMORIAL GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO.
cfgilberto@yahoo.com.br
Incrível... | 14/11/2014
ResponderExcluirEssa foto é a cara da minha infância. Nos guardados da minha mãe, herdados do meu pai ela está autografada por Bob Nelson, nem lembro o ano. Só sei que o meu pai era barbeiro de um conceituado hotel aqui em Fortaleza...Excelsior Hotel, e fez a barba dele, em uma de suas passagens por essa cidade. Boa lembrança...
Regina Célia de Oliveira Sales